Rio, 4/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - A taxa de investimento em relação ao PIB deve fechar o ano que vem em 18,3%. A projeção é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para o diretor de Política de Estudos Sócio-Econômicos do Instituto, Paulo Levy, a recuperação dos investimentos, no modelo da instituição, deve ocorrer em consequência da queda dos juros e da ampliação da ocupação e da capacidade." São as duas variáveis que explicam o investimento, como também a gente vê a demanda crescendo e a capacidade ociosa declinando."

Levy explicou que os juros são uma variável que sintetizam um conjunto de fatores importantes. " O fato deste governo ter mantido uma política de austeridade fiscal, buscado a estabilidade monetária, respeitado contratos e aprovadas as reformas, que não foram aprovadas nos oito anos do governo anterior, com todas as dificuldades e problemas que ainda têm, essas reformas, criam um clima propício aos investimentos.

A gente não pode negar isso, principalmente se comparar com 2002 onde havia muita incerteza com relação ao que seria este governo e onde houve uma retração relativamente forte do investimento."

Para Levy, este panorama se fortalece com a confiança na economia brasileira, decorrente também do ajuste externo "bastante forte". Segundo o economista, tudo isso mostra a economia brasileira com capacidade de resposta, que gera uma disposição favorável para o investimento.

Ele aponta ainda alguns outros fatores importantes: "Se além disso consegue avançar na definição do que se chama de marco regulatório; nas condições de longo prazo; no fortalecimento institucional, onde se deixa menos espaço para o arbítrio do próprio governo mais influência das regras e das leis; está se criando o ambiente propício para a retomada do investimento", explicou o diretor do Ipea.