São Paulo, 4/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os parlamentares da CPI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) de Exploração Sexual de Crianças devem realizar uma reunião administrativa, na próxima quarta-feira (10/09), para definir os nomes das pessoas que serão convocadas a prestar, novamente, informações sobre o caso de Porto Ferreira, interior de São Paulo. Nessa reunião, a comissão também avaliará o pedido de quebra de sigilo telefônico dos envolvidos.
Tais medidas foram tomadas a partir do depoimento do garçom e suplente de vereador Valter de Oliveira Mafra (PTB-SP) feito ontem à CPI, segundo informou a assessoria da senadora Patrícia Saboya Gomes (PPS-CE), que preside a comissão. As declarações foram consideradas muito contraditórias às dadas por ele anteriormente à Justiça, e ao depoimento de vítimas e acusados no caso. Mafra assumiu ter participado do aliciamento de dez meninas e adolescentes para orgias sexuais na cidade de Porto Ferreira, além de denunciar outros envolvidos na ação, como o presidente da Câmara de Vereadores, Luis César Lanzoni (PTB) e servidores municipais. Após o depoimento de seis horas, o acusado conversou com os parlamentares em uma "sessão reservada" durante 90 minutos.
Porto Ferreira se tornou alvo de investigação da CPI após denúncia do Ministério Público sobre envolvimento de 17 pessoas, entre vereadores e empresários, em orgias sexuais com a participação de onze menores de idade. Até hoje a Justiça decretou a prisão de 12 pessoas, sendo que um acusado está foragido. Após o depoimento, Mafra retornou ao presídio de Porto Ferreira. (Beatriz Pasqualino)