Descoberta de gás na Bacia de Santos não muda negociações com a Bolívia, informa Petrobras

04/09/2003 - 19h40

Rio, 04 (Agência Brasil – Abr) – Embora seja um fato que a descoberta do volume de gás na Bacia de Santos seja bem maior do que os 70 bilhões de metros cúbicos previstos inicialmente (chega a 419 bilhões de metros cúbicos), essa descoberta não tem nada a ver com as negociações que a Petrobras vem fazendo com o governo boliviano para obter o produto daquele país a um preço melhor e em melhores condições. A afirmação foi feita pelo diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella.

O diretor Financeiro da empresa, José Sérgio Gabrielle, garantiu que a Petrobras está renegociando os contratos de fornecimento de gás com a Bolívia, mas que esses contratos serão honrados. "Vamos cumprir os contratos com a Bolívia. Estamos renegociando as condições, já apresentamos nossa proposta e o governo boliviano está estudando o assunto antes de nos dar uma resposta. Haveria outra rodada de negociações no próximo dia 11, mas ela foi adiada a pedido da Bolívia. Na nossa proposta a gente sugere alongamento de prazo e redução de custos entre outras coisas".

Para o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, porém, não há como ignorar o fato de que as reservas descobertas são significativas, triplicam as reservas brasileiras, elevando-as a mais de 600 bilhões e isto é um dado novo que não pode deixar de ser considerado. "Até então, as nossas reservas se limitavam praticamente a Urucu, na região Amazônica, um gás que dificilmente chegaria aqui aos grandes centros. Agora não. O volume de Santos fica de frente para o mercado consumidor e, por isto mesmo, impactarão sensivelmente o mercado consumidor de derivados em geral no Brasil nos próximos dez anos".