CNA já tem 15 apoios internacionais à proposta brasileira contra subsídios agrícolas

04/09/2003 - 20h08

Brasília, 4/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), está buscando o apoio de entidades privadas internacionais em favor da proposta oficial brasileira, que será levada à 5ª Conferência Ministerial da Organização Mundial de Comércio, na próxima semana em Cancun, no México. A CNA defende a proposta do G-20 (grupo de países em desenvolvimento), contrária aos subsídios, gastos pelos países ricos, à sua produção agropecuária, em áreas "que causam distorções nos preços internacionais".

Até agora, 15 entidades privadas já subscreveram o documento elaborado pela CNA. A Confederação pede melhor acesso aos mercados internacionais para competir em igualdade de condições, no agronegócio, com o países ricos.

Os subsídios aos produtos agropecuários são dados generosamente a seus agricultores, pelos Estados Unidos e a União Européia. A CNA, assim como o governo brasileiro, defendem a redução nas concessões de subsídios agrícolas pelos países ricos. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, já afirmou que "ou se negocia a agricultura, ou não se negocia nada".

Com base neste mesmo princípio, a CNA lançou o "Documento de Apoio ao Framework do G-20 para as Negociações Agrícolas da Rodada de Doha da OMC", para unir entidades privadas de todos os países do grupo. Isto é, para rejeitar a proposta conjunta dos Estados Unidos e União Européia em favor dos subsídios.

O chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e Comércio Exterior da CNA, Antônio Donizeti Bedraldo, considera a proposta do G-20 tímida quanto a abertura de marcados, mas compensa esta característica ao concentrar-se no combate aos subsídios agrícolas. "A proposta conjunta para a agricultura dos Estados Unidos e União Européia simplesmente acomoda as situações agrícolas já existentes nos países deste grupo. Muda a aparência, mas mantém a essência do protecionismo.

O setor agrícola do G-20 é responsável por 12,2% do Produto Interno Bruto do Grupo. Este número é seis vezes superior ao dos Estados Unidos e União Européia. Participam do G-20, além do Brasil, África do Sul, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Filipinas, Guatemala, Paraguai, Tailândia, China, Cuba, El Salvador, Equador, Índia, México, Paquistão, Peru e Venezuela.