Brasília, 4/09/2003(Agência Brasil-ABr/Lusa) - O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse quinta-feira que acredita que tudo o que tem sido feito no Iraque "é justo", insistindo que este não é "o momento de hesitar, mas de redobrar esforços".
"Não são as forças norte-americanas e britânicas contra o povo iraquiano", defendeu Tony Blair durante a entrevista coletiva semanal, lembrando que os recentes ataques terroristas a Bagdá "não são obras de iraquianos comuns".
"Pelo contrário, são as forças britânicas e norte- americanas e a vasta maioria dos iraquianos contra um pequeno número de colaboradores de Saddam Hussein e uma quantidade crescente de grupos terroristas vindos do exterior".
O primeiro-ministro britânico garantiu, entretanto, que "ainda não foi tomada qualquer decisão" sobre o envio de tropas britânicas suplementares para o Iraque.
Mais tropas
Blair respondia assim ao ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jack Straw, que teria solicitado ao governo o envio de mais 5.000 soldados para o Iraque, alegando que sem os quais os esforços da coligação para manter a paz estariam ameaçados.
Segundo o Daily Telegraph, as inquietações de Jack Straw a propósito da "deterioração" da situação no Iraque foram expressas em notas elaboradas durante um encontro entre o chefe da diplomacia britânica e Tony Blair.
Washington apresentou quarta-feira ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução prevendo a criação de uma "força multinacional" no Iraque para lutar contra a instabilidade que vem afetando o país desde a queda do regime de Saddam Hussein.
As notas de Jack Straw, redigidas por funcionários e inteiramente aprovadas pelo ministro, sublinham que o contingente britânico atualmente no Iraque, com cerca de 10.500 homens, será incapaz de assegurar a reconstrução do Iraque.
Onze soldados britânicos morreram no Iraque desde o anúncio do final da guerra, em 1º de maio.