Risco de morte por arma de fogo é quatro vezes maior no Brasil que em outros países

27/08/2003 - 12h43

Brasília, 27/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Jovens e familiares de vítimas da violência urbana fizeram uma manifestação hoje na Câmara dos Deputados pela aprovação do Estatuto do Desarmamento. O projeto já foi aprovado no Senado e está em tramitação na Câmara dos Deputados. Cerca de 70 projetos tramitam no Congresso Nacional sobre o uso indevido de armas de fogo, mas nenhum foi aprovado.

Segundo o Comitê Nacional de Vítimas de Armas de Fogo (Convive), os brasileiros correm quatro vezes mais risco de morrer baleados do que em outros países. A pesquisa do Convive mostra que 66,9% das armas apreendidas no país não têm registro.

Maria Luíza Alves, que participou da manifestação, teve a filha Fernanda, de 20 anos, assassinada em 1998, durante um assalto quando saia de um cinema no Gama, cidade satélite de Brasília. Ela acredita que, se o Congresso Nacional já tivesse aprovado o Estatuto do Desarmamento, sua filha ainda poderia estar viva. "Estou aqui para cobrar a aprovação do Estatuto do Desarmamento. Quem sabe se, naquele dia em que minha filha foi assassinada, os bandidos poderiam estar desarmados se o estatuto já estivesse em vigor", questionou.

O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), garantiu que, depois de concluir a votação das reformas da Previdência e tributária, o Legislativo dará atenção especial ao projeto do Estatuto do Desarmamento, que considera de fundamental importância para o Brasil.

O relator do projeto, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), destacou os pontos mais importantes do Estatuto do Desarmamento: criação de regras rigorosas para os civis que pretendem obter registro e porte de arma, necessidade de autorização da Polícia Federal para a compra de armas de fogo e idade mínima de 25 anos aquisição de armas.

Clóris Akonteh