Parceria permitirá ao Fome Zero construir hospital no Piauí

27/08/2003 - 15h01

Brasília, 27/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O programa Fome Zero, que atende atualmente 298 mil famílias de 377 municípios do Nordeste e norte de Minas Gerais, com R$ 50 por mês através do cartão alimentação, não é apenas de transferência de renda. Convênio firmado em Brasília com a organização não-governamental italiana Emergency prevê a construção de um hospital no Piauí, com 50 a 60 leitos. A obra, contando com os equipamentos, está orçada em US$ 2 milhões. A expectativa é atender na unidade hospitalar 500 mil pessoas da região de Picos e de municípios do leste do Ceará.

A ONG Emergency desenvolve trabalhos em países atingidos por guerras. Iraque, Afeganistão, Sudão e Argélia, já tiveram hospitais construídos. O trabalho no Brasil representa uma nova fase nas atividades da Emergency. De acordo com seu presidente, Gino Strada, a única guerra que vale a pena ser lutada é contra as mazelas sociais. Ele expressou sua admiração pelo governo brasileiro e disse que não existe nenhum país na Europa que apresente a mesma preocupação social demonstrada pelo Brasil.

Strada esclareceu que todos os gastos com a construção da unidade hospitalar ficarão por conta da ONG, que se comprometeu a entregar a área emergencial do hospital no final do primeiro semestre de 2004.

Para o governador do Piauí, Wellington Dias, os serviços prestados pelo hospital poderão combater tragédias do estado, como a mortalidade infantil, que atinge 53 crianças com menos de um ano, entre mil nascidos vivos, além de doenças ligadas à miséria, como a diarréia.

O ministro da Segurança Alimentar, José Graziano, disse que a cada dia que passa o programa fome Zero demonstra que não nunca teve o propósito de ser assistencialista, ainda que em alguns momentos as ações assistenciais sejam necessárias, devido à tragédia social do país. O ministrou destacou outros projetos em andamento no Piauí, como o apoio à agricultura familiar, a construção de cisternas para o abastecimento de água e a execução de programas de alfabetização de adultos.

Paulo La Salvia