Brasília, 27/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - A reunião do Colégio de Líderes com os governadores para aprimorar o texto da reforma tributária repercutiu bem entre os partidos da oposição, que vêm criticando o relatório do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG). O líder do PFL, deputado José Carlos Aleluia (BA), elogiou a abertura do diálogo e a disposição do governo de atender as reivindicações para aprimorar o texto. Aleluia defendeu a elaboração de uma emenda aglutinativa que tenha chance de aprovação, pois considera ruim o texto aprovado na comissão especial. Para ele, o texto deve ser aprimorado ou não tem chance de aprovação.
O presidente do PT, José Genoino, afirmou que a negociação sobre a reforma tributária, que já está ocorrendo, será ampla, a exemplo do que houve com a da Previdência, embora o governo não abra mão da essência da matéria. Genoino garantiu que a proposta não aumenta a carga tributária e ressaltou que a União não pode quebrar para atender aos estados. "Também não queremos que os estados quebrem", disse Genoino, que pediu bom senso e juízo para que as negociações cheguem a bom termo.
Sobre os pleitos dos governadores, Genoino disse que considera natural que eles peçam muito e lembrou que isso é um princípio de negociação em busca de um meio termo. Todos sabem que o Brasil precisa dessa reforma, que é necessária para recuperar o crescimento econômico, gerar empregos, acrescentou o dirigente do PT, reafirmando que o governo não quer prejudicar estados, nem municípios.
Para o vice-líder do PFL, deputado ACM Neto (BA), as negociações em torno da reforma tributária avançaram muito de ontem para hoje, possibilitando inclusive que o PFL não obstruísse a votação da reforma previdenciária. Também o líder do PSDB, deputado Juthay Júnior (BA), considerou a sinalização do governo na negociação da reforma tributária "um bom começo" para aprimorar o texto e possibilitar a votação.
O vice-líder do governo, Professor Luizinho (PT-SP), por sua vez, disse que, se for feito um grande acordo para elaboração de uma emenda aglutinativa global em torno da reforma tributária, mantendo-se a essência da proposta, há grandes possibilidades da matéria ser aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados na próxima semana. Segundo Luizinho, pontos como desoneração da produção, criação de fundos compensatórios, redução da carga tributária para os mais pobres, com desoneração da cesta básica e redução de custos de remédios de uso contínuo, têm de ser mantidos no texto.