Recife, 17/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O impacto e a importância da iniciação científica na formação universitária e no desenvolvimento da ciência brasileira foram discutidos, hoje, em debate na 55ª Reunião Anual da SBPC. Um dos dados apresentados pelo secretário de Políticas Estratégidas e Desenvolvimento Científico do ministério da Ciência e Tecnologia, Jorge Guimarães, foi usado para reflexão do tema. O Brasil ocupa o 17º lugar em termos da produção científica, fato que tem sido bastante comemorado, mas esse desenvolvimento não se reverteu em melhoria da educação, área em que o país está em 86º lugar.
Guimarães, que é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é um dos incentivadores do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), gerido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). "A iniciação científica é uma invenção brasileira, nem países desenvolvidos têm programas semelhantes. Ela começou a se desenvolver no CNPq. Ao procurar em arquivos, certamente encontraremos algo de estímulo à iniciação científica desde a criação da agência, nos anos 50", disse.
Os palestrantes do simpósio apresentaram os modelos de iniciação científica do CNPq e dos grupos Programa Especial de Treinamento (PET) do Ministério da Educação, assim como ações locais de universidades. "Hoje é sabido que iniciação científica é a base da pós-graduação, que, por sua vez, é a base do sucesso atual da ciência brasileira. Agora precisamos pensar como iniciação e pós-graduação podem ajudar no desenvolvimento da educação", alertou Guimarães.
A professora Helen Khoury, pró-reitora de pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), analisou o impacto da iniciação científica na pós-graduação, levando em conta dados do CNPq sobre a situação de egressos do PIBIC. Ela apresentou também pesquisa de avaliação da importância da iniciação científica em sua própria instituição. Foram encontrados 45% dos ex-bolsistas do PIBIC da UFPE matriculados em algum curso de pós-graduação ou com pós-graduação concluída.
Uma conclusão comum aos participantes foi a redução do tempo para a conclusão da pós-graduação como efeito dos programas de iniciação científica. Depois deles, a maioria dos alunos passaram a concluir o mestrado em até dois anos, prazo considerado ótimo pelas agências de fomento. "É um compromisso mais barato, de menor risco, e com uma qualidade muito boa", completou Guimarães.
O Programa Especial de Treinamento (PETs) foi avaliado pelo professor Dante Barone, da UFRGS. Ele apresentou uma visão otimista do programa, que quase foi extinto em 1999.
com a Assessoria de Comunicação do MCT