Porto Alegre, 17/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O crescimento de 21,8% (US$ 516 milhões) nas exportações da indústria gaúcha no primeiro semestre deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2002, consolida o Rio Grande do Sul como segundo estado exportador, perdendo apenas para São Paulo. "A desvalorização do câmbio no ano passado, a recuperação da Argentina e os acordos comerciais, como o celebrado com a China, foram os principais fatores da expansão das vendas para o exterior", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Renan Proença. As importações do setor aumentaram 9,8% em relação ao primeiro semestre de 2002.
A China ultrapassou a Argentina e é o segundo destino das exportações gaúchas, principalmente a soja. Os Estados Unidos continuam sendo o principal mercado gaúcho (motores e química benzeno). A Argentina segue em recuperação comprando máquinas e tratores agrícolas e polietileno.
Os setores com maior crescimento no semestre foram mecânica (48,22%), produtos alimentares (42,78%), plásticos (82,03%), química (53,46%) e fumo (56,67%). Negativamente, o destaque foi a queda do setor de calçados (-14,67%) devido ao preço, que não compensou o aumento do volume exportado. "O Rio Grande do Sul deve terminar o ano com crescimento acima da média brasileira, superando também seus números do ano passado", disse Proença.
Segundo ele, se os demais setores da economia recuperarem o crescimento, o que hoje se comemora timidamente poderá se transformar em um grande feito, representando o desenvolvimento nacional. "Temos tendência exportadora, mas isso não aparece nos números. É preciso novas ações do governo federal de fomento às exportações e de fortalecimento do mercado interno, para que os benefícios do desenvolvimento cheguem aos nossos 170 milhões de habitantes", concluiu.