Rodrigues está otimista com flexibilização da política agrícola européia

27/06/2003 - 19h11

São Paulo, 27/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Um primeiro passo em um grande processo, que pode atingir as políticas protecionistas de todos os países ricos. Dessa forma, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, analisou a decisão da União Européia em flexibilizar sua rígida política agrícola.

"A gigantesca, inexpugnável fortaleza protecionista agrícola dos países ricos sofreu o primeiro arranhão com esse movimento da Política Agrícola Comum", disse o ministro.

Para Rodrigues, a medida pode resultar em uma "reação em cadeia" porque o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse na semana passada, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva àquele país, que se a Europa fizesse um movimento de redução protecionista, os Estados Unidos estariam dispostos a fazer a mesma coisa. "O primeiro movimento foi feito pela Europa, agora é de se supor que esse movimento tenha um efeito em cadeia que termine valendo alguma coisa positiva para a Rodada de Doha, e ainda no encontro de Cancun, em setembro próximo", afirmou.

Na ocasião, o ministro comentou o fim, em dezembro próximo, da chamada cláusula da paz, o artigo 13 do acordo sobre agricultura da Organização Mundial do Comércio. Sem ela, os países teriam mais liberdade para adotar medidas contra os subsídios de outros. "Ela [a cláusula da paz] termina finalmente em 31 de dezembro desse ano, agora, negociação é negociação. É possível que haja algum tipo de acordo dos adversários da cláusula da paz, querendo mantê-la, então temos que ter muita força e competência para que, na negociação, isso não ocorra", disse.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, também presente ao evento, destacou o grande desempenho do agronegócio brasileiro. "A nossa grande tarefa é diversificar produtos, agregando valor, e encontrar mercados no exterior, que existem e estão disponíveis", disse, acrescentando que "é o que estamos fazendo, com missões comerciais e inteligência comercial. Investigando, buscando informação e, ao mesmo tempo, levando as empresas e apoiando-as em sua primeira exploração ao exterior".

Rodrigues e Furlan participaram da solenidade de encerramento do "Brazil Competitiveness Meeting 2003", na Fundação Getúlio Vargas. O evento é promovido pelo World Economic Fórum, organização de status de Conselho Social Econômico da ONU.