Marcha da Luta pela Terra não afetará a ordem no interior gaúcho

27/06/2003 - 18h27

Rio, 27/6/2003 (Agência Brasil – ABr) – O governo federal não teme um confronto entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e os ruralistas de São Gabriel (RS), para onde se dirigem pelo menos 800 integrantes da "Marcha de Luta pela Terra", pela BR-290. O confronto resultaria do fato de os proprietários rurais também estarem organizando uma marcha para encontrar-se com a manifestação dos sem-terra.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, garantiu que está acompanhando os acontecimentos, junto com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, com apoio da Polícia Federal e dos Serviços de Inteligência. "Não vai haver ruptura institucional. O Brasil já é uma democracia suficientemente consolidada para enfrentar este tipo de bravata. Há inclusive, uma liminar judicial concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar contornar o problema", revelou.

Thomaz Bastos lembrou que, em uma democracia, cabe ao Judiciário decidir os conflitos. "Não existe nenhum movimento no Brasil que esteja acima ou fora da Lei. Nem o Movimento dos Sem Terra, nem o dos fazendeiros", afirmou. Ele garantiu que a Polícia Federal e a Brigada Militar do Rio Grande do Sul estão atentos ao problema e tomarão as providências no tempo oportuno. Disse também, que o trabalho de inteligência e de informação que vem sendo feito permite ao governo não temer uma ruptura. "Em uma democracia, o normal não é o consenso, mas o dissenso, a contradição e o entrechoque de interesses. Mas esse entrechoque não pode ser resolvido pela força. Para isto existe o Estado. E só quem pode usar a força é o Estado".