Imprensa superdimensiona invasões do MST, diz Requião

27/06/2003 - 14h59

Curitiba, 27/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - A pressão que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) faz ao governo para que seja agilizada a reforma agrária não passa de ficção produzida pela imprensa. A avaliação foi feita pelo governador do estado do Paraná, Roberto Requião, durante a abertura do Fórum Paranaense que vai definir as prioridades do estado na elaboração do Plano Plurianual (PPA) 2004/2007. Segundo o governador, das 370 mil propriedades rurais existentes no estado, apenas 27 foram invadidas pelo MST este ano. "Insignificante, não tem a dimensão que se dá a mídia", disse o governador.

Acompanhado pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da Republica, Luiz Dulci, Requião classificou o MST como um movimento abençoado que organiza os trabalhadores do campo, impedindo que a miséria os levem à selvageria. " O MST acaba sendo uma benção para a sociedade, pois acaba organizando essa gente, que, sem isso, poderia estar depredando selvagemente a sociedade", disse o governador. Requião apontou mais de 1 milhão de paranaenses vivendo hoje com cerca de 25% de um salário mínimo.

Numa referencia as invasões de terra promovidas pelo MST, Requião disse que apesar de o movimento "ter feito muitas bobagens" é de extraordinária importância porque chama atenção para a pobreza e a miséria que atingem uma parcela da população brasileira.

Já para Dulci, a reforma agrária é tratada de forma artificial e como um problema ideológico, quando deveria ser analisada como uma atitude de modernização da sociedade. O ministro disse, também, que no próximo semestre o governo vai iniciar o processo de assentamento dos trabalhadores rurais sem terra. Será dadas prioridades aos assentamentos mais precários e com mais tempo de fixação na terra. "O caminho para a questão agrária no país está na discussão sem conflitos", disse Dulci.