Rio, 27/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - A inadimplência no pagamento de contas fixas (água, luz, telefone, escola, condomínio etc) apresentou pequena queda em junho, atingindo 26,13% dos consumidores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, contra 28,00% registrados em maio. Essa é uma das conclusões da pesquisa Perfil Econômico do Consumidor, coordenada pelo Instituto Fecomércio-RJ, entre os dias 13 e 18 de junho, com 2.538 consumidores, e divulgada hoje.
A pesquisa também constatou que o grupo de famílias com renda mensal de até oito salários mínimos registrou 31,39% de contas em atraso. Entre as famílias com renda mensal até dois salários, a inadimplência foi maior: 37,13%. A conta de telefone fixo continua liderando a inadimplência (54,06%) e em segundo lugar vem a de energia elétrica (45,33%). Para o diretor do Instituto Fecomércio-RJ, Luiz Roberto Cunha, os níveis de inadimplência, neste ano, têm sido mais altos do que os observados em 2002, tanto no que diz respeito a contas regulares quanto a financiamentos.
Nos financiamentos (cartão de crédito, crediário, etc), o número de consumidores que deixou de honrar seus compromissos ficou praticamente estável, 29,23% da amostra, contra 29,61% de maio. De acordo com o levantamento, o percentual de pessoas que contraiu financiamentos também sofreu pequena alteração, passando de 36,76% para 37,42% de um mês para outro. A pesquisa mostrou que famílias com renda mensal acima de oito mínimos mensais passaram a financiar mais suas compras.
Sobre as despesas de subsistência (alimentação, higiene e limpeza) das famílias da Região Metropolitana, 66,27% dos entrevistados informaram que foram maiores do que em abril. Quanto aos produtos comprados, 52,69% dos consumidores informaram que não alteraram seus hábitos de maio para junho. Para os técnicos do instituto, o resultado mostra que o consumidor ainda sente o impacto dos aumentos de preços, o que poderá acarretar cortes em outros tipos de gastos.
De acordo com a pesquisa, depois de pagar todas as despesas, 40,64% dos entrevistados responderam que não haveria sobra de dinheiro, 34,29% disseram que faltaria dinheiro para custear todas as despesas e 25,06% acreditavam que sobraria algum dinheiro. Entre os entrevistados que chegariam ao fim do mês com falta de dinheiro, 37,78% contornariam a situação deixando de consumir alguma coisa.
Com relação aos gastos maiores, 54,52% dos consumidores declararam que a situação financeira de sua família continua a mesma em relação ao mês anterior e 55,87% disseram que está pior, se comparada aos seis meses passados. Quando perguntados sobre como acham que a situação vai estar daqui a seis meses, o percentual de consumidores que espera mudanças para melhor diminuiu de 44,14%, em maio, para 41,57% em junho. O percentual dos que não têm idéia do que poderá acontecer aumentou de 26,85% para 30,78%.
Segundo Luiz Roberto Cunha, diminuiu o percentual de consumidores que acreditam que a situação financeira vai piorar em julho e nos próximos seis meses. "Em contrapartida, a incerteza aumentou e, quanto mais baixa a renda da família, maior tem sido a incerteza quanto ao futuro", revelou.