Florianópolis, 27/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Programa Merenda Forte, que prevê a inclusão da carne de porco na alimentação dos alunos do Ensino Fundamental, foi lançado em Xanxerê, pela manhã, no oeste catarinense, com a presença do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues. A iniciativa da Prefeitura Municipal, Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina ( Faesc ) e Associação Catarinense de Criadores de Suínos, visa a ampliar o hábito de consumo para ajudar no escoamento da produção, além de melhorar a qualidade da merenda escolar. Hoje existem mais de 50 mil toneladas de carne suína estocadas no país, e um excedente de 150 mil animais.
A carne de porco estará no prato das crianças das escolas de Xanxerê até três vezes por semana, o que representará o consumo mensal de uma tonelada e meia. Segundo dados do Ministério, o brasileiro consome apenas 12 quilos de carne suína por ano, enquanto a média na Europa é de quase 70 kg/ano por pessoa.
O produto responde por uma fatia de 39% do mercado mundial, ficando a carne de frango com 24% e a bovina, 19%. O Programa poderá ser ampliado para todas as escolas de Santa Catarina. A sugestão é que a carne suína seja incluída também no cardápio dos presídios, Forças Armadas, Polícias Militares e empresas públicas.
O ministro Roberto Rodrigues apoiou a iniciativa e está levando a proposta do Merenda Forte aos ministérios da Saúde e Educação, para que seja adotado em todo o país, e também no programa Fome Zero. " O governo Lula está totalmente empenhado em resolver a crise de preços e de mercado que afeta a suinocultura brasileira ", destacou.
Ele disse também que a produção recorde da safrinha de milho, que resultará em 10 milhões de toneladas, deve baixar o preço do grão, usado na ração dos animais, reduzindo o custo de produção dos suínos. Segundo Rodrigues, o Ministério da Agricultura também vai trabalhar para resolver a crise da suinocultura e do abastecimento de milho junto ao Mercosul.
Segundo o presidente da Federação da Agricultura de Santa Catarina, José Zeferino Pedrozo, a suinocultura é uma das principais atividades do setor primário da economia catarinense, e está presente na maioria das 210 mil propriedades rurais. O estado tem um rebanho de 4,5 milhões de cabeças ( 16% do rebanho nacional ) e cerca de 500 mil pessoas dependem da atividade. Situados em Santa Catarina, os cinco maiores conglomerados agroindustriais do país sustentam 60% dos abates e 70% dos negócios suinícolas. O segmento agroindustrial de SC liderava as exportações de carne suína até dezembro de 2002, quando a ocorrência da doença de Aujeszki colocou a indústria catarinense fora de mercado por seis meses.