Brasília, 18/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - "Temos que nos libertar do domínio da dívida e dos juros altos, mas sem recorrer à moratória ou rompimento unilateral de contratos". A afirmação é do presidente da República em exercício, José de Alencar, que foi homenageado, nessa terça-feira, pela Federação das Indústrias do Distrito Federal –FIBRA, com a Medalha do Mérito Industrial.
Alencar salientou que o país precisa acabar com o constrangimento cambial, sem fazer uso dos dólares que entram e saem, participando do enorme lucro proporcionado pela economia brasileira.
"A queda dos juros não é uma decisão técnica do Copom. É uma decisão política e há que ser respaldada por uma estrutura básica de toda a sociedade brasileira, que está compreensiva a uma coisa despropositada, que é o risco Brasil, disse o presidente em exercício". Ele questionou por que o Brasil representa risco se é um dos países mais ricos do mundo em recursos naturais e humanos.
O presidente em exercício exemplificou que cada ponto percentual nos juros básicos representa R$ 6 bilhões de reais por ano para a dívida do país. "Os investidores recebem 18 vezes mais do que se aplicassem em outros 19 países com capacidade de pagamento iguais à nossa". Alencar comparou os juros chineses - país em desenvolvimento como o Brasil - aos dos Estados Unidos, que são próximos.
José de Alencar lembrou que quando o governo Lula recebeu o governo havia uma situação caótica, com uma inflação recrudescente de forma ameaçadora. "Precisávamos de medidas fortes e decisivas para evitar que a inflação voltasse a prevalecer na vida brasileira, avaliou, ao recordar que no final do ano passado o país estava com crédito cortado.