Brasília, 18/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu hoje que a reforma do Judiciário seja discutida e votada na Casa na convocação extraordinária do Congresso, em julho. Sarney propôs ainda que sejam votadas as mais de 40 Medidas Provisórias editadas no governo Fernando Henrique Cardoso, com sistema de tramitação sem o bloqueio da Ordem do Dia. "A convocação está prevista para discussão das reformas da Previdência e tributária, que estão na Câmara. O Senado, então, está
sem pauta, e mesmo que não tenham trabalho, os senadores também estão convocados e vão ganhar salário extra".
Sobre a reforma da Previdência, Sarney disse que o Congresso saberá "harmonizar os conflitos e atender as reivindicações". Disse não acreditar que seja aprovada "a reforma ideal, nem aquela que vá abalar profundamente o país", mas que a reforma vai ser consensual e no tamanho que o Brasil possa suportar.
Os jornalistas pediram para Sarney comentar as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o Governo Lula, feitas no site do PSDB. Sarney, primeiro, disse que gostaria de lembrar uma entrevista de Fernando Henrique à revista "Veja", afirmando que iria
permanecer calado como ex-presidente da República. Em seguida, Sarney declarou que não gosta de falar sobre o que dizem ex-presidentes da República, porque "como
ex-presidente também sempre fiquei silente sobre todos meus sucessores e entre meus sucessores está o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Eu não me sinto à vontade para censurar ninguém".
Sobre a possibilidade da CPI do Banestado atrapalhar a discussão das reformas em tramitação no Congresso, Sarney disse que "haverá um foco de tensão, mas não vai paralisar a tramitação das propostas de mudanças na Constituição".
O senador José Sarney reuniu hoje os jornalistas credenciados no Senado para um
café da manhã.