Lula diz que crescimento econômico ''não tem mais volta''

18/06/2003 - 17h10

Assunção (Paraguai), 18/06/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, antes de embarcar para o Brasil, que a redução dos juros decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), faz parte do esforço de crescimento econômico do país. "Não tem mais volta", disse Lula. Segundo ele, a inflação deixou de ser um "bicho-papão" e, por isso, os juros começaram a cair. "O mais importante é termos clareza que o Brasil, que estava sendo considerado pelo mundo econômico como um país sem solução, é visto, hoje, como uma nação com grande capacidade de crescimento", falou o presidente.

O presidente voltou a rebater as críticas da oposição. "Fico imaginando que, se esta reunião de hoje do Mercosul tivesse sido feita em dezembro do ano passado, não seria o mesmo clima", analisou. Segundo ele, as mudanças no cenário político e econômico da América do Sul criaram o ambiente para a retomada do crescimento. "O Brasil, como economia maior do continente, tem importância muito grande na região", disse Lula.

O presidente afirmou que o Brasil tem anunciado muitos investimentos em áreas importantes ligadas ao Mercosul. De fato, o governo brasileiro disponibilizou linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as áreas de infra-estrutura de países sul-americanos. "Todos os presidentes com quem conversei sabem que o Brasil tem noção que, por ser a economia mais forte do continente, precisa ter política solidária com os mais pobres", disse.

Lula irá se encontrar com o presidente George W. Bush, dos Estados Unidos, sexta-feira (20), mas avisou não ter procuração para falar em nome dos países da América do Sul. Disse, no entanto, que vai tratar de assuntos do Mercosul com os americanos. "Eu não perderia a oportunidade de, estando no país mais rico do planeta, falar sobre o quanto é importante ajudar os países mais pobres".

O presidente embarcou agora pouco de volta ao Brasil. Ele participou, por dois dias, do XXIV reunião de Cúpula do Mercosul, em Assunção, Paraguai. Deu as últimas declarações ao lado dos presidentes Nestor Kirshner (Argentina), Jorge Battle (Uruguai), Luiz Gonzalez Marcchi (Paraguai), e de Nicanor Duarte, presidente paraguai eleito. Hugo Chávez (Venezuela), Ricardo Lago (Chile) e Gonzalo Sánchez de Lozada (Bolívia) participaram do evento como convidados.