Rio, 18/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - A participação do setor público encolheu de 60% em 1996 para 45,8% em 2001, no total de obras da construção civil. As empresas mais prejudicadas foram as que têm mais de 500 empregados, e que em 1996 eram responsáveis por quase 70% das obras públicas. Cinco anos depois, o percentual caiu para 54,8%. Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção Civil 2001, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, caiu o número de grandes e médias empresas, que também empregaram menos, enquanto as empresas menores, além de se tornarem mais numerosas, aumentaram a geração de empregos. Em 2001, as empresas com até 100 empregados já representavam 67,3% no cenário da construção civil, 20% de emprego e 22,8% do total da construção, inclusive 17,9% das obras públicas.
O levantamento do IBGE também mostrou que, apesar de representarem somente 2,1% do universo pesquisado, as 100 maiores empresas brasileiras do setor, respondem por 38,2% do valor das construções executadas no país e por 25,7% do emprego. Em 2001, elas detinham 44,8% do ativo total do setor de construção civil, que foi de R$ 52,4 bilhões. Essas empresas, segundo o IBGE, também foram responsáveis por 33,2% do total de compras de material de construção. A produtividade das líderes é 38,7% acima da média do setor, com cada empregado gerando R$ 39 mil por ano. A média salarial é de 5,8 salários mínimos, enquanto que as demais empresas do setor pagam, em média, 4,1 salários mínimos por trabalhador.
A pesquisa revela uma alteração importante na estrutura do setor: a construção de estações e redes de telefonia e comunicações, em conseqüência do aumento dos investimentos após as privatizações. Em 1996, as entidades públicas representavam 71,4% do valor realizado neste tipo de construção; já em 2001 são as empresas privadas que passam a responder por 80,8% do valor total das construções nesse segmento.
A pesquisa abrangeu 4.656 empresas com mais de 40 empregados em todo o país, que geraram 673,8 mil postos de trabalho, uma receita líquida de mais de R$ 41 bilhões e lucro líquido de R$ 3,7 bilhões. No conjunto das 3.092 empresas comuns às amostras de 2000 e 2001, a pesquisa revela que houve aumento real de 0,4% na massa salarial e de 0,6% no nível de emprego; e queda de 1,1% no valor total das construções.