Rio, 10/02/2003 (Agência Brasil – ABr) – A Eletrobrás é a controladora de um grupo de empresas que tem que se tornar lucrativa para gerar investimentos e, por isto mesmo, nós não vamos perdoar dividas de ninguém. A afirmação foi feita hoje, no Rio, pelo presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, descartando qualquer possibilidade de que a estatal venha a perdoar dividas dos estados para com a controladora.
"Nós não vamos perdoar as dividas. Somos é um grupo de empresas que tem que se tornar lucrativo para realizar investimentos. Existem vários tipos de questões: municípios pobres com dificuldades enormes. Me parece prioritário que os governos estaduais, com o apoio do Tesouro Nacional, e naturalmente com o nosso aporte relativo, mas não exclusive, equacionem este problema. Agora há outras questões que são as que envolvem empresas que não pagam a energia que consomem. Isto terá que ser feito", assinalou.
Pinguelli Rosa garantiu que a Eletrobrás está em contato com um escritório de advocacia para verificar como cobrar. "Não é só o Brasil que tem que pagar a sua divida para com o exterior. O exterior também que pagar a sua divida para com o Brasil. É preciso sanear a casa. Existem dividas que se perpetuaram, empresas que antes eram estaduais e foram federalizadas e outras privatizadas. Enfim, uma verdadeira bagunça financeira. Há até casos de controladoras que deixaram suas dividas com as controladas. Nós estamos trabalhando para por a casa em ordem, sanear o grupo Eletrobrás", afirmou.
Pinguelli salientou, ainda, que a crise financeira vivida pelo setor é tão grande que até a "pérola da coroa", no caso Furnas Centrais Elétricas, "uma empresa exemplar" enfrenta dificuldades para fechar o caixa de fevereiro e está tendo que recorrer à controladora. (Nielmar de Oliveira)