Sindicato dos Metalúrgicos do Maranhão entrega relatório sobre trabalho escravo ao TRT

10/12/2002 - 11h00

Brasília, 10/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos do Maranhão (Sindmetal) participa hoje do seminário sobre o Trabalho Escravo e Semi-Escravo, promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Durante o evento, a entidade vai distribuir documento sobre a situação do setor. Os sindicalistas metalúrgicos afirmam que vêem com preocupação a utilização de mão-de-obra escrava, semi-escrava ou terceirizada pelas empresas siderúrgicas, metalúrgicas ou de material elétrico instaladas no estado. "Em todos os casos há, sem dúvida alguma, a precarização das condições de trabalho e a burla às elementares leis trabalhistas", afirmam.

O caso clássico citado pelos metalúrgicos é o uso de mão-de-obra escrava nas carvoarias do estado, em especial nas regiões do Pindaré e de Açailândia, onde se instalaram empresas siderúrgicas para exploração do minério de ferro extraído de Carajás e escoado pela estrada de ferro da CVRD. "As carvoarias utilizam mão-de-obra infantil, não registram seus trabalhadores e não garantem condições dignas de trabalho. Muitos trabalhadores são mutilados, nas carvoarias e nas sideúrgicas. As empresas negam sua responsabilidade, alegando que a produção é terceirizada", afirma o relatório. Em 1999, a Margusa, a Fergumar, a Simasa, a Vale do Pindaré e a Viena assinaram um Termo de Ajustamento com o Ministério Público da União, o Ministério do Trabalho, a Procuradoria do Trabalho e Delegacia Regional do Trabalho em que as empresas são enquadradas como beneficiárias da produção do carvão.