Próximo governo terá de repensar Orçamento , diz professor da Fundação Getúlio Vargas

10/12/2002 - 15h05

Rio,10/12/2002 (Agência Brasil - ABr) – Apenas 10% do total do Orçamento Federal, que correspondem a outros custeios de capital, apresentam alguma margem de manobra para o governo em termos de aplicação de recursos, uma vez que as despesas com pessoal, benefícios da Previdencia Social e transferências constitucionais, que representam 90% dos recursos orçamentários, são gastos fixos e, portanto, não podem ser mexidos. Segundo o professor Armando Cunha, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, embora esses 10% signifiquem em valores cerca de R$ 32 bilhões, o Orçamento está muito "engessado" e terá de ser repensado no próximo governo.

Na opinião do professor, não é uma tarefa fácil. Um dos coordenadores do livro "Contribuintes e Cidadãos: Compreendendo o Orçamento Federal", que a FGV lança à noite, Armando Cunha explicou que, por depender de leis, é grande a dificuldade da quebra de rigidez do Orçamento para dar ao governo maior margem de manobra. As reformas estruturais ajudarão a dar maior flexibilidade ao orçamento. No caso da Previdência, o déficit, estimado em R$ 20 bilhões em 2003, como tem que ser financiado, torna mais rígido o Orçamento para aplicações. O livro da FGV refere-se ao Orçamento Federal de 2002, mas traz um encarte com os primeiros comentários sobre o projeto-de-lei do Orçamento de 2003, informou Armando Cunha.