Rio, 10/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - Pessoas que se destacam no cotidiano carioca, pelas suas peculiaridades e diferenças, deixam de ser conhecidas somente em alguns bairros da cidade e se tornam personagens do livro "Anônimos Famosos", que será lançado amanhã (11), às 19h, na Livraria Travessa Mega, em Ipanema. A publicação traz textos do jornalista Carlos Eduardo Novaes, contando a vida dessas pessoas, para um ensaio fotográfico de Gustavo Malheiros, com direção de arte de Christiano Menezes. A tripla parceria resultou num trabalho apurado de sensibilidades e num olhar especialmente carinhoso sobre cada uma das 50 figuras pesquisadas.
Com 212 páginas e tiragem inicial de 4.500 exemplares, parte doada para o projeto Gol de Placa dos craques Raí e Leonardo, o livro se baseou num projeto da Editora Arte Ensaio e revelou um dado curioso ao registrar que apenas 10% dos entrevistados nasceram no Rio de Janeiro e que a maioria vem de cidades do interior ou diretamente do Nordeste, mas assimilaram o espírito criativo, alegre e informal do carioca.
A equipe de "anônimos famosos" passou quatro meses percorrendo a cidade, atrás desses personagens que enfeitam a vida do Rio. Entre os entrevistados e fotografados estão o vendedor de amendoim que trabalha de terno num viaduto, mesmo naqueles dias em que os termômetros marcam mais de 40 graus e o gari da Comlurb que alegra o desfile de Carnaval no Sambódromo. Alguns fazem ponto há décadas no mesmo local, como seu Francisco, morador de São João de Meriti, que vende rosas há 39 anos no bares da zona sul.
São pessoas como o Índio de Niterói, que se apresenta caracterizado em qualquer lugar ou horário; o Homem de Prata, que pode ser visto pela cidade como "estátua viva; Dona Suluca,de 75 anos de idade, uma das mais tradicionais baianas da Mangueira; Zé das Medalhas, balconista da Pharmácia do Leme que anda com quilos de cordões pendurados no pescoço, além de anéis e pulseiras; a Mulher de Branco, antiga modelo e ex-mulher do compositor Marcos Vale, que anda a qualquer hora do dia ou da noite pelas ruas de Ipanema, sempre vestida de branco.; o saxofonista do Largo da Carioca, Ademir de Paula Morais, de 50 anos, que encanta transeuntes e quem sai da estação do metrô; o Sheik do cuscuz da Tijuca e Seu José, garçom da Confeitaria Colombo, no Centro da cidade, onde trabalha há 44 anos.