Economista diz que trajetória do dólar não traz novos impactos ao IGP

10/12/2002 - 16h51

Rio, 10/12/2002 (Agência Brasil - ABr) – O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas, Salomão Quadros, afirmou hoje, no Rio, que "a trajetória atual do dólar não está trazendo novos impactos ao IGP", explicando que a alta de 5,84% observada no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna referente a novembro reflete um momento passado do dólar.

Ele disse que alguns produtos diretamente atrelados ao câmbio, como trigo, soja e cacau, já vêm mostrando redução das pressões em nível de atacado. A análise feita pelo economista da FGV revela ter havido no IGP-DI de novembro grande pressão dos combustíveis sobre o Índice de Preços por Atacado-IPA, com destaque para óleo diesel, que subiu 18,39%.

No varejo,o produto mais influenciado pelo reajuste de combustíveis foi a gasolina, com variação de 11,39%. O IGP-DI de novembro foi o maior do Plano Real, desde julho de 1994 (24,7%). Segundo Quadros, o resultado foi contaminado pela inflação anterior de junho/94. Ele acredita que o IGP_DI de novembro representou o pico de alta da série acumulada nos IGPs desde julho e a partir de agora a inflação tende a diminuir de intensidade, porém em ritmo moderado e gradual porque não há muita pressão sobre o índice. Os maiores aumentos acumulados este ano no IPA foram trigo (122,18%),café em coco (101,34%), soja (62,45%) e bovinos (25,51%), e no IPC farinha de trigo (59,09%),óleo de soja (56,14%), açúcar refinado (48,63%), gás de botijão (42%) e pão francês (33,92%).