Advogados dos acusados de matar assaltante recomenda que jurados assistam a documentário

10/12/2002 - 13h17

Rio, 10/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O advogado Clóvis Sahione, que faz a defesa dos três militares acusados de matar o assaltante do ônibus 174, dispensou as duas testemunhas de defesa dos réus presentes ao julgamento: tenente-coronel Venâncio Alves Moura e capitão Eduardo Sarmento da Costa. Sahione disse que prefere que os jurados assistam ao documentário "Ônibus 174", do diretor José Padilha, ao invés de ouvir os depoimentos dos oficiais.

A Promotoria, entretanto, manteve as três testemunhas de acusação: Edson Luiz de Matos, Jalmir de Freitas e José de Oliveira Penteado.

Elas irão ser ouvidas após a leitura do relatório, que acontece nesse momento.
A promotora Ana Síntia Serour disse que vai pedir condenação dos militares e espera que "os jurados façam justiça, já que eles representam a sociedade do Rio de Janeiro".
Ela disse que os acusados podem pegar uma pena de 12 a 30 anos, se condenados e que os militares devem continuar em liberdade, mesmo se for pedida a reclusão deles. "Tudo vai depender da juíza, mas eles tem o direito de apelar em liberdade".
O assaltante do ônibus da linha 174, Sandro do Nascimento, foi asfixiado dentro de um camburão da Polícia Militar depois de ter mantido por mais de 4 horas vários passageiros como reféns na Rua Jardim Botânico, na Zona Sul.
A ação policial de resgate das vítimas acabou provocando a morte da passageira Geisa Firmo Gonçalves.
O crime aconteceu em junho de 2000.
O julgamento deve terminar na madrugada de terça-feira.