Brasília, 9/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Varig, Manuel Eduardo Guedes, garantiu hoje que não há risco de cancelamento dos vôos, apesar da grave crise enfrentada pela companhia. "A empresa está passando por alguns momentos delicados, mas, com certeza, não deixará de operar", afirmou, logo depois do encontro com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral.
Para superar as dívidas que somam aproximadamente US$ 900 milhões, o projeto da Varig é abrir o capital a novos investidores. "Serão buscados investidores institucionais no decorrer das próximas semanas", revelou Guedes. "Existem diversas companhias aéreas em situação bastante difícil e não acredito que uma empresa do setor venha a participar de um processo de reestruturação do capital da Varig", descartou.
Guedes negou que haja intenção, em curto prazo, de pedir ajuda ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Certas dívidas já estão constituídas, porém não estamos buscando novos recursos, seja do governo diretamente ou das empresas ligadas a ele". O governo já afirmou que um possível apoio para a Varig está condicionado à apresentação de um plano de reestruturação da empresa.
Entre as medidas que têm sido adotadas, Guedes destacou a diminuição da participação da Fundação Rubem Berta no controle da Varig. Segundo ele, a Fundação aprovou, em março, a possibilidade de passar a ser acionista minoritária. Controladora da Varig, a Fundação rejeitou, no final do mês passado, a proposta de reestruturação da empresa e de renegociação das dívidas com os credores públicos e privados, inviabilizando qualquer ajuda do governo.
Guedes informou ainda que têm sido feitos pagamentos diários a alguns credores, como a Distribuidora BR e a Infraero, até mesmo para evitar um aumento da dívida. Segundo ele, no entanto, não existe um prazo para a reestruturação da companhia.