Brasília, 9/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O Instituto de Arte da Universidade Estadual Paulista (Unesp), está organizando uma exposição de trabalhos em argila, reunindo alunos e artistas da universidade. Segundo a curadora do evento, Lalada Dalglish, nos últimos dez anos esse tipo de trabalho tem sido mais valorizado no país. "Por muito tempo a argila foi relegada à arte popular e a peças utilitárias, mas cada vez mais artistas brasileiros estão descobrindo as possibilidades plásticas deste suporte", conta. No exterior, várias universidades já têm cursos de mestrado específicos para essa área.
A exposição poderá ser visitada de amanhã até 10 de janeiro de 2003, e reunirá trabalhos de 22 artistas em dois espaços da Funarte, no bairro Campos Elísios. São vários estilos diferentes. "Temos obras figurativas, abstratas e, um dos maiores destaques, diversas instalações", diz lalada. Ela destaca "Via Crucis", de Kleber Silva, que traz diversas imagens sacras, mas com um tratamento contemporâneo. Outro destaque é Janaina Farias, que fez uma releitura da obra da pintora modernista paulista Tarsila do Amaral. "Temos obras de todas as formas e cores e para todos os gostos, com argila queimada ou crua, de barro preto, branco ou vermelho", informa a curadora.
No curso de argila da Unesp, o aluno aprende diversas técnicas de modelagem, queima de argila e arte. O curso de modelagem, parte da área de escultura, vem depois de vários outros módulos e os alunos já tem uma boa noção de arte bidimensional. "Eu gosto de usar esse material pela liberdade plástica que ele dá. A argila permite soltar a criatividade de várias maneiras", diz uma das alunas e participantes da exposição, Gina Valone. O tema da apresentação dela será o trabalho do paisagista Burle Marx, conhecido por seus belos jardins. Ela diz que por ser um material de origem natural e pouco processado, a argila se casa muito bem com os jardins. Além de ser uma das expositoras, ela também organiza um Cd-rom do evento.
Outra das estudantes-expositoras, Liene Bosque, também gosta da liberdade do material. "Gosto especialmente de fazer trabalhos com formas geométricas, ligadas à arquitetura", completa. Além dessas formas, seu trabalho também tratará de interações de materiais.