Brasília, 9/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - Durou uma hora e 25 minutos o depoimento do senador Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) ao ministro Moreira Alves, no Supremo Tribunal Federal. Acompanhado de seu advogado José Gerardo Grossi, negou que tenha havido uma tentativa de homicídio quando disparou os dois tiros que atingiram a boca do ex-governador da Paraíba, Tarcísio Buriti, no dia 5 de dezembro de 1993, quando Lima era governador da Paraíba.
Cunha Lima disse que há algum tempo vinha sendo informado por amigos que Buriti pretendia "dar um tiro nele e, se fosse preciso, invadir o Palácio e tirá-lo de lá". Cunha Lima disse que Tarcísio Buriti exibia-se pela imprensa treinando tiro na Academia da Polícia Militar, sendo que o alvo era ele, Cunha Lima. O depoente disse ainda que nunca possuiu, portou ou usou armas e que nunca deu um tiro, em toda a sua vida.
Cunha Lima disse ao ministro MOreira Alves que estava usando a arma apenas no dia em que ocorreu "o fato", no restaurante Guliver, em João Pessoa. Segundo ele, apenas um tiro foi disparado. "Não tenho consciência de um segundo tiro, porque as pessoas seguraram a minha mão". Segundo Cunha Lima, "vai ficar provado quem é o culpado, vou trazer fotos, fitas e testemunhas sobre as ameaças que recebia do ex-governador Tarcísio Buriti".