Senador Cunha Lima é interrogado pelo Supremo Tribunal Federal

09/12/2002 - 10h53

Brasília, 9/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O Supremo Tribunal Federal (STF) interrogou hoje o senador Ronaldo Cunha Lima (PSDB/PB) na Ação Penal 333, instaurada por tentativa de homicídio contra o ex-governador Tarcísio de Miranda Buriti, ocorrida em dezembro de 1993. A denúncia contra o senador (Inquérito 1057) foi recebida pelo STF, por unanimidade, no último dia 28 de agosto. A tentativa de homicídio ocorreu no dia 5 de dezembro de 1993, quando Cunha Lima era governador da Paraíba.

Naquela data, o governador Tarcísio Buriti estava em um restaurante de João Pessoa, almoçando com outros políticos quando Cunha Lima aproximou-se da mesa e disparou dois tiros. Amigos de Tarcísio Buriti conseguiram impedir o agressor de realizar novos disparos.

Após o ocorrido, a Assembléia Legislativa da Paraíba rejeitou o pedido de licença, formulado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), para processar e julgar o governador, conforme denúncia oferecida pelo Ministério Público junto àquele Tribunal Superior.

Com o advento da Emenda constitucional nº 35/2001, que extinguiu a necessidade da licença do legislativo ao Judiciário para processar e julgar deputados e senadores, o processo voltou a tramitar no Supremo.

O depoimento do senador Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) feito hoje ao ministro Moreira Alves, no Supremo Tribunal Federal, durou uma hora e 25 minutos. Acompanhado de seu advogado José Gerardo Grossi, ele negou que tenha havido uma tentativa de homicídio quando disparou os dois tiros que atingiram a boca do ex-governador da Paraíba, Tarcísio Buriti, no dia 5 de dezembro de 1993, quando Lima era governador da Paraíba.

Cunha Lima disse que há algum tempo vinha sendo informado por amigos que Buriti pretendia "dar um tiro nele e, se fosse preciso, invadir o Palácio e tirá-lo de lá". Cunha Lima disse que Tarcísio Buriti exibia-se pela imprensa treinando tiro na Academia da Polícia Militar, sendo que o alvo era ele, Cunha Lima. O depoente disse ainda que nunca possuiu, portou ou usou armas e que nunca deu um tiro, em toda a sua vida.

Cunha Lima disse ao ministro MOreira Alves que estava usando a arma apenas no dia em que ocorreu "o fato", no restaurante Guliver, em João Pessoa. Segundo ele, apenas um tiro foi disparado. "Não tenho consciência de um segundo tiro, porque as pessoas seguraram a minha mão". Segundo Cunha Lima, "vai ficar provado quem é o culpado, vou trazer fotos, fitas e testemunhas sobre as ameaças que recebia do ex-governador Tarcísio Buriti".