Rio, 9/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - A produção industrial brasileira apresentou crescimento em outubro, pelo quinto mês consecutivo, confirmando a recuperação da atividade econômica. Em comparação com o mês anterior, a taxa foi de 1,7% e, em relação a outubro de 2001, foi de 8,9%, a melhor desde janeiro de 2001. Com isso, o indicador acumulado no ano passou de 1,1%, no período janeiro-setembro, para 1,9% no período janeiro-outubro. O indicador acumulado nos últimos 12 meses cresceu 0,9%, sua primeira marca positiva desde março deste ano. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e foram divulgados hoje, no Rio de Janeiro.
Por ramos industriais, a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física aponta resultados positivos de material de transporte (6,7%), metalúrgica (3,3%), mecânica (2,9%) e produtos alimentares (1,0%). Com resultados negativos destacam-se: vestuário (-4,3%), têxtil (-2,3%) e material elétrico e de comunicações (-0,6%). Este último ramo industrial apresenta queda neste tipo de indicador há quatro meses, tendo acumulado queda de 5,2% neste período.
Por categorias de uso, observa-se que bens de capital (4,2%) e bens de consumo duráveis (5,0%) alcançaram taxa acima da média da indústria geral, enquanto bens intermediários (0,7%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (1,3%) crescem, mas abaixo da média. Os seguidos avanços da produção nos últimos meses levaram a que, em outubro, as categorias de uso atingissem patamares elevados de produção. No segmento de bens de capital, outubro último registra o nível mensal mais elevado desde maio de 2001; em bens intermediários, este é o mês de maior atividade desde janeiro de 2001; para os bens de consumo duráveis foi registrada a maior produção desde maio de 2002; enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis tem em outubro o segundo mais alto nível de produção do ano, ficando abaixo do observado em janeiro.
Segundo a Pesquisa Industrial Mensal o aumento da produção registrado pelo quinto mês consecutivo mostra taxas mais significativas se comparado com os números de 2001. Assim, o índice mensal passa de 5,5% de setembro de 2001 a setembro de 2002 para 8,9% de outubro de 2001 para outubro 2002. A pesquisa também aponta que mesmo comparada a outubro de 2000, momento em que a trajetória do setor industrial era nitidamente ascendente, a produção de outubro de 2002 revela expansão de 5,5%.
Dos 20 ramos pesquisados, apenas três apresentam queda: têxtil (-1,5%), vestuário (-4,3%) e material elétrico e de comunicações (-7,9%). Entre os que crescem, os de maior impacto sobre o resultado global são extrativa mineral (22,3%), mecânica (20,3%), material de transporte (20,7%), metalúrgica (10,3%) e produtos alimentares (8,5%).
Entre as categorias de uso, o segmento de bens de consumo duráveis avança 17,2% em outubro, relativamente a igual mês do ano anterior, impulsionado sobretudo pelos 35,05% de aumento na automobilística. Também com taxa acima da média industrial, a área de bens intermediários atinge crescimento de 9,9%, com vários de seus subsetores superando os 10% de expansão.
Os setores de bens de capital (3,4%) e de bens de consumo semi e não duráveis (3,3%) ficam com taxas abaixo da média geral.
Por fim, a pesquisa indica que o nível de produção da indústria brasileira é o mais alto desde março de 2001. Os índices de médias móveis trimestrais mostram que, no trimestre encerrado em outubro, a indústria atingiu o nível mais alto de produção desde março de 2001 e que é nítida a trajetória de recuperação delineada nos índices de bens intermediários, consumo duráveis e não duráveis. Na área de bens de capital, no entanto, há uma estabilização no nível de produção.
Já o indicador acumulado para o período janeiro-outubro mostra acréscimo de 1,9%, com a extrativa mineral crescendo 13,0% e a indústria de transformação 0,6%, seu primeiro resultado positivo desde 2002. Os principais impactos vêm do dinamismo das indústrias extrativa mineral (13,0%), mecânica (7,0%) e de produtos alimentares (4,6%). A principal pressão negativa vem da queda de 11,7% assinalada pela indústria de material elétrico e de comunicações.
Os índices por categorias de consumo confirmam a liderança de bens intermediários (2,4%), onde se concentram os fatores do dinamismo industrial este ano (petróleo, agroindústria e exportações). Com resultados positivos, mas abaixo da média industrial, estão bens de consumo duráveis (1,6%), com significativa recuperação nos últimos meses, em função do comportamento da indústria automobilística, e os semi e não duráveis (0,6%). Bens de capital aponta queda de 1,4%.