Presidente em exercício inaugura mais duas unidades do Laboratório Farmacêutico de Pernambuco

09/12/2002 - 15h34

Recife, 9/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da República em exercício, Marco Maciel, e o ministro da Saúde, Narjas Negri, inauguraram hoje mais duas unidades de produção do Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe), a fábrica de comprimidos, cápsulas e remédios em pó e a de medicamentos anti-retrovirais, usados no tratamento da AIDS.

Participaram também da solenidade o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, e o secretário estadual de Saúde, Guilherme Robalinho, além de outras autoridades civis e militares.

As novas instalações, construídas num período de nove meses com recursos de R$ 11 milhões, provenientes do Ministério da Saúde e do Governo do Estado, já estão produzindo fármacos para o controle do vírus HIV e da Hepatite B, além de remédios destinados a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), com problemas de hipertensão, diabetes e infecções.

De acordo com Marco Maciel, a viabilização do empreendimento tem relevante significado social, já que permitirá o atendimento a grande parte da população carente do Nordeste e do Norte do país.

O presidente lembrou que o próximo passo no processo de modernização do Lafepe será o projeto das unidades insdustriais de cremes, pomadas e injetáveis, orçado em R$ 49 milhões, a ser implementado em 2003, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Já o ministro da Saúde, Barjas Negri, destacou que o crescimento da produção do laboratório pernambucano, que agora é de um bilhão de unidades por ano, permite a expansão de programas de distribuição gratuita de medicamentos básicos à população de baixa renda. Negri assegurou que essa política terá continuidade, uma vez que o orçamento do Ministério para 2003 prevê a liberação de R$ 20 milhões para a rede de laboratórios oficiais do país.

O ministro destacou que os quatro milhões de pessoas no Brasil que sofrem de diabetes e hipertensão e dependem dos medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde, continuarão a ser beneficiadas pela produção dos laboratórios oficiais. Barjas Negri disse ainda que as novas unidades têm padrão de laboratório privado, com equipamentos nacionais de última geração como as emblistadeiras (máquinas que agilizam o envelopamento de comprimidos) com capacidade de produzir, cada uma, 250 mil comprimidos por hora.

Barjas Negri explicou que a inauguração da fábrica de retrovirais garante uma receita mínima para que o laboratório possa ter bom desempenho, já que o Ministério da Saúde é o comprador de 100% dos remédios fornecidos para o programa DST/AIDS.

O presidente do Lafepe, Tito Lívio Barros, afirmou que a ampliação do parque industrial do laboratório vai possibilitar as exportações de produtos anti-retrovirais para um orfanato do Quênia, país africano que tem 900 mil órfãos infectados pelo vírus HIV. Eles perderam os pais por causa da AIDS. Recentemente, o laboratório pernambucano doou 2.170 frascos de AZT oral para crianças do Orfanato Nymbani.

O Laboratório Farmacêutico de Pernambuco é, atualmente, o segundo laboratório oficial do país, ficando atrás somente da Fundação de Remédio Popular de São Paulo.

O Programa de Farmácias Lafepe atende a 120 mil pessoas por mês, comercializando 170 medicamentos genéricos. Pesquisa recente comprovou que 71% dos consumidores desse produto têm renda inferior a cinco salários mínimos.

A instituição atende a programas especiais do Ministério da Saúde, como os de combate à tuberculose, meningite e hanseníase, e tem convênios para repasse de medicamentos a secretarias estaduais e municipais de Saúde de vários estados brasileiros.