Brasília, 9/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O inquérito policial que apura o seqüestro da recém- nascida Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, levada em 1979 da maternidade Maio, em Goiânia (GO), deve ser concluído até a próxima sexta-feira (13). Uma das testemunhas-chave do caso é a irmã de Vilma Martins Costa, Guiomar Costa Neves, que prestou depoimento hoje, na Delegacia de Homicídios, nesta capital, ao titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) em Goiânia, Antônio Gonçalves dos Santos. Vilma é acusada de seqüestrar o bebê Pedrinho – registrado como Osvaldo Borges Júnior – do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, no dia 21 de janeiro de 1986.
Durante as investigações sobre o desaparecimento de Pedrinho, Guiomar levantou a suspeita de que uma das irmãs de criação do adolescente, Roberta Jamilly Martins Borges, 23 anos, também não seria filha legítima de Vilma. A declaração de Guiomar levou à reabertura do inquérito sobre o seqüestro de Aparecida Fernanda, que é filha de Francisca Ribeiro da Silva. A polícia investiga a possibilidade de Roberta ser a mesma menina levada da maternidade Maio; uma das principais coincidências é a proximidade entre a data do seqüestro, 4 de março de 1979, e o suposto nascimento da filha de Vilma, no dia seguinte ao crime.
Depois do prestar depoimento durante uma hora e meia, a irmã de Vilma foi embora sem falar com a imprensa. Gonçalves não quis adiantar quais foram as declarações de Guiomar, mas afirmou que o depoimento foi "bastante esclarecedor" e que as investigações sobre o caso estão quase concluídas. "Até sexta-feira, o inquérito deve estar realizado. As pessoas de fundamental importância para o esclarecimento do fato já foram ouvidas e estamos esperando alguns documentos", disse o delegado, que pretende ainda ouvir a mãe de criação de Pedrinho. Só depois de analisar todas as provas é que ele decidirá se pede o exame de DNA de Roberta. "O DNA será a prova conclusiva, mas muitas vezes, com a análise das provas, que ainda não estão todas nos autos, não é necessário que se faça o DNA", afirmou.
O delegado falou também sobre semelhanças entre o seqüestro de Pedrinho e de Aparecida Fernanda. "Pedrinho foi tirado do hospital por uma mulher vestida de enfermeira; o mesmo aconteceu com Aparecida", observou Gonçalves, que voltou a Goiânia depois de ouvir Guiomar.
