Ibama inicia campanha contra contrabando de agrotóxicos em Mato Grosso do Sul

09/12/2002 - 12h07

Campo Grande, 9/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama lançou hoje, em Campo Grande, a campanha educativa "Diga não aos produtos ilegais". O instituto pretende atingir toda a população do Estado de Mato Grosso do Sul para evitar o uso indevido de agrotóxicos de procedência irregular, tendo como alvo principal o produtor rural e o comércio de produtos agrícolas.

Segundo o coordenador geral de fiscalização ambiental do Ibama, Júlio Silva Oliveira, a motivação da campanha ocorre depois de uma investigação realizada pelo órgão no mês de setembro, que levou à descoberta de produtos de procedência duvidosa, com mais de 20 marcas diferentes, encontradas em diversas regiões do país. "A campanha tem o objetivo dar aos produtores rurais orientação para que não adquiram produtos ilegais", afirma o coordenador.

A Operação Agrotóxico, realizada em Mato Grosso do Sul, no mês passado, revelou que os produtos clandestinos estão no comércio e nas propriedades. A fiscalização do Ibama foi feita em 19 municípios do estado, tendo sido visitadas 262 fazendas. Em 22 delas havia produtos ilegais, sendo a maior parte de herbicidas usados em lavouras de soja e trigo, todos contrabandeados do Paraguai.

O coordenador falou dos riscos dos produtos contrabandeados. "Há riscos para a população, contaminação do meio ambiente, de plantas, animais e de lençóis freáticos", disse. Segundo Júlio Silva Oliveira, o Brasil é signatário do Fórum Internacional de Segurança Química e existem normas a serem cumpridas. Mas no caso do contrabando, taxas não são recolhidas, e a legislação ambiental não é cumprida. 

"A campanha é basicamente educativa, não serão aplicadas multas, este é um processo de informar educar, conscientizando um grande número de produtores rurais e empresários do setor e convocando toda a sociedade para ajudar o Ibama que necessita da compreensão da sociedade "de que isso é nocivo para todos", disse o coordenador de fiscalização.