Brasília, 09/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - As exportações de carne bovina somaram US$ 967,9 milhões entre janeiro e novembro deste ano, um desempenho 6% superior ao mesmo período de 2001. Em volume, as vendas externas cresceram 14,9%, para 856,6 mil toneladas em equivalente carcaça, segundo dados divulgados hoje pelo Indicadores Pecuários, publicação elaborada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-USP).
Os indicadores servem como parâmetro para análises de desempenho da atividade pecuária no Brasil e apresentam dados sobre exportações, conjuntura atual, mercados internacionais, preços de boi gordo e cotações de mercados e negócios de futuros.
Na comparação entre novembro deste ano e o mesmo mês de 2001, as exportações cresceram 3,6% em valor, para US$ 98,2 milhões, e de 15,9% em volume, para 96,6 mil toneladas em equivalente carcaça.
Os maiores compradores de carne fresca resfriada foram Chile e Holanda. No caso da carne in natura congelada, destacam-se como principais compradores Arábia Saudita, Egito, Rússia, Filipinas, Itália, Holanda e Reino Unido.
"Temos conquistado novos mercados, como Rússia e Oriente Médio, e ficamos mais competitivos no mercado externo com a desvalorização do real. Em 2003, consolidaremos nossa posição com a abertura dos mercados chinês e americano à nossa carne, além do aumento da cota ‘Hilton’ na União Européia", avalia Antenor Nogueira, coordenador-geral do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA.
A volta ao mercado de países que tiveram graves problemas sanitários em 2001, além das fortes desvalorizações cambiais no Brasil e na Argentina, derrubaram os preços internacionais no acumulado do ano. A cotação da carne brasileira in natura recuou 9,3% entre janeiro e novembro, passando de US$ 2.028 para US$ 1.839 por tonelada. Os preços médios da carne industrializada tiveram uma variação negativa de 1%, sendo vendida a US$ 1.993 por tonelada frente aos US$ 2.013 registrados no ano passado. No mês de novembro, a industrializada teve um forte recuo de 10,25% e a mais baixa cotação do ano: US$ 1.752 por tonelada.
Uma missão técnica da Área de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), formada por EUA, Canadá e México, esteve no Brasil no final de outubro e iniciou a análise de risco da carne in natura das zonas livres de aftosa com vacinação. Foram avaliados o serviço de defesa animal, frigoríficos e propriedades. Novas visitas estão programadas até o próximo março e até 2004 o País poderá exportar sua carne in natura aos países do bloco comercial.