Rio, 28/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - O setor de petróleo e gás, com participação dos fornecedores de serviços, participará com 6% para o fechamento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional deste ano. A estimativa foi anunciada hoje, no Rio, pelo diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Sebastião do Rego Barros, com base no crescimento alcançado em 2001 e 2002 pelos estados produtores, principalmente o Rio de Janeiro, em comparação com outros estados da União.
O aquecimento da economia nestes locais se deve, segundo ele, ao aumento da produção de petróleo, especialmente pela Petrobrás, na Bacia de Campos, já que a abertura de mercado ainda é recente e as novas empresas ainda não começaram a produzir. Rego Barros citou, ainda, um estudo realizado pela ANP, entre 1997-2000, que apontou um crescimento de participação do setor no PIB de 2,7% para 5,4%, "o que torna o setor o principal propulsor do crescimento do índice".
O embaixador Sebastião do Rego Barros fez palestra "Política Brasileira de Energia", na conferência internacional "O Brasil na Arquitetura Comercial Global", promovida em parceria da Associação Comercial do Rio de Janeiro com a Fundação Getúlio Vargas. Ele argumentou que o petróleo pode colocar o Brasil na ordem comercial internacional, uma vez que o setor está atraindo investimentos, tanto interno quanto externo. "Há um enorme interesse e a geologia do petróleo no Brasil ainda é desconhecida. E a expectativa é de que haja mais petróleo do que temos hoje", explicou, adiantando que o Brasil poderá passar a ser exportador líquido de petróleo bruto em 2006.
Rego Barros voltou a classificar como "preocupante" a falta de investimento no setor de refino no Brasil, ao contrários dos demais paises, o que pode causar desabastecimento de derivados. Lembrou que o país já foi autosuficiente e que o problema pode ser causado pelo excesso de refino no mundo, lembrando ainda que investimento é caro.
Barros falou também sobre o risco de ser dependente de importação de GLP, já que é difícil e caro estocar o produto. Ele não divulgou o nome da empresa nacional que descobriu uma quantidade razoável de gás de cozinha no sul da Bahia e que em outras tentativas, além da Amazônia, só foram econtrados gás associado ao petróleo.
Escolheu como desafio para o próximo governo, a continuidade da realização dos estudos geológicos e geopísicos pela ANP, antes de responsabilidade da Petrobrás,"como maneira de atrair investimentos " e o trabalho para elevar a dotação orçamentária para a Agência que a Lei ficou em R$800 milhões para 2003 e a proposta oçamentária prevê R$ 85 milhões. Em 2002, o oçamento da ANP foi de R$ 70 milhões.