ONU indicia três sérvios por suposto envolvimento no massacre de Srebrenica

22/10/2002 - 10h13

Brasília, 22/10/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) para crimes de guerra na antiga Iugoslávia indiciou três ex-oficiais do Exército sérvio-bósnio pelo assassinato de prisioneiros muçulmanos e a transferência forçada de dezenas de milhares de mulheres e crianças de Srebrenica, na Bósnia. Os acusados são Ljubisa Beara, ex-coronel e chefe de segurança do comando do Exército sérvio-bósnio; Vujadin Popovic, um ex-tenente-coronel e membro da temida unidade Drina; e Drago Nikolic, ex-segundo-tenente e oficial da brigada de segurança na área de Srebrenica. Eles estão foragidos. As informações são da CNN.

Cerca de 8.000 homens e meninos muçulmanos foram chacinados em Srebrenica, em julho de 1995, durante a Guerra da Bósnia. Em torno de 5.000 corpos de vítimas foram exumados de várias covas rasas no leste da Bósnia.

O massacre – o maior assassinato de civis na Europa desde a Segunda Guerra Mundial – ocorreu poucos meses antes do fim da Guerra da Bósnia. Soldados sérvios invadiram o enclave bósnio que estava sob a proteção de um mal equipado batalhão de soldados holandeses atuando sob os auspícios da ONU.

Beara, Popovic e Nikolic são acusados de ter participado da decapitação de 80 a 100 muçulmanos na cidade de Potocari, em 12 de julho de 1995. Eles supostamente fizeram parte de um "empreendimento criminoso conjunto", chefiado por Ratko Mladic, o então comandante do Exército sérvio-bósnio, que é hoje um dos dois homens mais procurados pelo tribunal da ONU. O outro mais procurado é o antigo líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic.