Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mudanças bruscas de temperatura na costa da cidade têm provocado uma série de fenômenos nas praias que chamam atenção de banhistas. Depois da espuma que se alastrou por várias praias, nas primeiras semanas do ano, agora é a vez das águas-vivas, que apareceram mortas aos milhares na faixa de areia entre Ipanema e Leblon.
De acordo com Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão responsável por verificar as condições do mar, as variações de temperatura e as mudanças nas correntes provocam alterações na flora e fauna marítimas. No caso das águas-vivas, o aumento da temperatura da água, que estava gelada na última semana, é uma das hipóteses.
O biólogo Mario Moscatelli, especialista em ecossistemas marítimos, explica que as águas-vivas são animais acostumados com baixas temperaturas e que não sobrevivem no calor. “Provavelmente entrou alguma corrente de água mais quente que gerou essa mortandade. Essa é uma das hipóteses”, avaliou, em entrevista à Agência Brasil.
O contato de águas-vivas com a pele pode provocar queimaduras. O Corpo de Bombeiros não fez atendimento desse tipo ao longo dia, mas a recomendação, para quem teve contato com o animal vivo (espécie de gelatina transparente), é lavar bem o local com água e ir ao médico.
O Inea também explica que a espuma esverdeada que apareceu neste domingo (19) na Praia da Barra da Tijuca, na zona oeste, e uma mancha "acastanhada" nas praias da zona sul também podem estar ligadas ao aumento da temperatura no mar, que favorece a proliferação e a decomposição de algas e microalgas, fenômeno agravado pela agitação do mar, com ondas de até dois metros.
A gerência de Qualidade das Águas do Inea atribui o aumento da floração das algas ao despejo irregular de esgoto, às chuvas dos últimos dias - que levam matéria orgânica para o mar - e à maré vazante, que favorece a chegada de uma maior quantidade de águas de rios, canais e baías.
Edição: Carolina Pimentel
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