Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil*
Brasília – Apesar de a França ter perdido a disputa para a venda de 36 caças ao Brasil, o presidente do país, François Hollande, defendeu hoje (20) que a aeronave Rafale continua sendo "o melhor avião", para a Força Áerea Brasileira (FAB). Na quarta-feira (18), o governo brasileiro decidiu pela compra das aeronaves Gripen, da empresa sueca Saab.
"O Rafale é um bom avião e isso supõe que eu o defenda sempre que puder e que a empresa Dassault tente oferecer as melhores condições para que ele possa ser comprado", disse Hollande nesta sexta-feira, em Bruxelas, na França, após reunião de cúpula do Conselho Europeu.
Ontem (19), o presidente francês havia dito que o fracasso das negociações com o Brasil era esperado, mas que ainda tem esperanças de vender os Rafale ao exterior. Hoje, os Emirados Árabes anunciaram que não vão comprar o Eurofighter, aeronave de um projeto conjunto do Reino Unido, da Alemanha, da Itália e da Espanha e concorrente direto do Rafale. O governo dos Emirados pretende comprar 60 caças.
"Não é porque os Emirados Árabes descartaram essa opção que o Rafale foi escolhido, ainda há outras propostas", comentou Hollande, com prudência. A Índia, que quer comprar 126 caças, também está na mira do governo francês, mas não há previsão para a conclusão do contrato.
Apesar do fracasso das negociações com o Brasil, o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, lembrou que os dois países possuem uma parceria importante no setor, incluindo a construção de uma base naval e de quatro submarinos nucleares em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro. O valor total da negociação é estimado em 6 bihões de euros (R$ 19,5 bilhões).
Para a imprensa francesa, a não concretização da venda foi motivada pelo preço do Rafale. O governo brasileiro teria preferido a opção mais barata – os 36 caças Gripen totalizam um investimento de cerca de 4,5 bilhões de euros (R$ 12,7 bilhões), enquanto o pacote inicial pelos caças franceses chegou a US$ 8 bilhões (R$ 19 bilhões).
De acordo com o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, a transferência de tecnologia foi um dos fatores que levaram à opção pela compra do caça sueco. A produção e montagem dos aviões serão feitas em parceria com a empresa brasileira Embraer.
*Com informações da Rádio França Internacional // Edição: Denise Griesinger
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