Andreia Verdélio
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma equipe do Ministério Público do Trabalho (MPT) da 11ª Região e da Justiça do Trabalho vistoria na manhã de hoje (16) o canteiro de obras da Arena Amazônia, em Manaus. Por pedido do MPT, a obra está interditada desde sábado (14), em todos os setores que envolvem atividades em altura, depois que dois operários morreram.
Marcleudo de Melo Ferreira, 22 anos, caiu de uma altura de 35 metros, quando um cabo se rompeu. Também no sábado, o trabalhador José Antônio da Silva Nascimento, 49 anos, sofreu um infarto no Centro de Convenções do Amazonas, que está sendo construído ao lado do estádio.
A interdição será mantida até que seja atestado, mediante laudo detalhado, o atendimento dos requisitos mínimos e das medidas de proteção para trabalho em altura. A perícia já havia sido determinada pela Justiça para verificar o cumprimento das obrigações pela Construtora Andrade Gutierrez, responsável pelas obras em Manaus, em ação civil pública movida pelo MPT. O processo foi instaurado, em março, após detectadas várias irregularidades nas obras e depois de um trabalhador sofrer um acidente fatal durante o trabalho, ao cair de uma altura de aproximadamente 5 metros – primeiro acidente ocorrido na Arena Amazônia.
A perícia é acompanhada por procuradores do Trabalho. Também compõem a equipe um perito técnico do MPT de Porto Velho (RO), com experiência na fiscalização de grandes obras, e auditores fiscais do Trabalho, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Amazonas.
Desde janeiro de 2012, as investigações e fiscalizações têm sido intensificadas nas obras da Arena Amazônia após serem constatadas diversas irregularidades no canteiro de obras, segundo o MPT. Na ocasião foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta com a Construtora Andrade Gutierrez.
Porém, em janeiro de 2013, após visita de auditores fiscais, detectou-se violações a regras relacionadas à segurança do trabalho em altura, segurança do trabalho com máquinas e equipamentos, de instalações elétricas e contra projeção de materiais.
A Construtora Andrade Gutierrez, por meio da assessoria de imprensa, informou que as obras ainda não foram retomadas e que não vai comentar questões judiciais.
Edição: Talita Cavalcante
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