Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Em apoio à legalização da maconha, do aborto e do casamento igualitário, movimentos sociais fazem na tarde de hoje (8) uma manifestação artística no Elevado Presidente Costa e Silva, conhecido como Minhocão, na zona central de São Paulo.
Com bandeiras do movimento LGBT e em apoio à legalização da maconha, os manifestantes se reuniram no Minhocão para escutar músicas, participar de rodas de conversa e para assistir apresentações de danças e teatro. Ao final do evento, os manifestantes pretendem promover um beijaço e realizar uma cerimônia simbólica de casamento coletivo.
O ato chamado de O Uruguai É Aqui, é promovido pelo Coletivo Desentorpecendo a Razão (Coletivo DAR), pela Marcha da Maconha de São Paulo, Associação Cultural Cannábica de São Paulo, Liga Brasileira de Lésbicas, pelo Centro de Convivência É de Lei/ResPire Redução de Dano e pela Fuzarca Feminista (núcleo da Marcha Mundial das Mulheres).
“A ideia desta manifestação surgiu porque estamos prestes a ver o Uruguai legalizar a maconha. Resolvemos então que seria interessante fazer alguma coisa não só em homenagem ao avanço que estamos vendo no país vizinho, como também para mostrar o quanto estamos atrasados aqui no Brasil”, disse Gabriela Moncau, integrante do Coletivo DAR.
Segundo ela o Uruguai é um exemplo não só porque já está discutindo um projeto de lei para legalizar a maconha, mas também porque legalizou o aborto e aprovou o casamento entre homossexuais. “A ideia é ocupar o espaço público aqui em São Paulo e fazer uma espécie de zona autônoma temporária, decretando simbolicamente, território uruguaio e fazendo intervenções artísticas”, disse ela, em entrevista hoje à Agência Brasil.
Para Gabriela o Brasil tem avançado na discussão sobre a legalização da maconha, mas ainda é pouco, em sua opinião. “A Marcha da Maconha se fortaleceu muito e deixou de ser proibida porque antes não podíamos nem nos manifestar. Mas em relação às outras drogas, há um retrocesso absurdo. Há um pânico em torno do crack, como se fosse uma epidemia. E esse pânico acaba sendo utilizado para legitimar uma série de políticas muito retrógradas, como a da internação compulsória”, disse ela.
Edição: Valéria Aguiar
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