Principal motivo de atraso de obras no país é falta de gestão, planejamento e pessoal, diz presidente do TCU

05/12/2013 - 17h14

Sabrina Craide e Danilo Macedo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – A uma semana de completar um ano como presidente do  Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro Augusto Nardes avalia que um dos principais motivos do atraso de obras no país é falta de gestão, de planejamento e de pessoal nos ministérios e nos setores estatais que são responsáveis por elas. Segundo ele, muitas vezes os projetos básicos apresentados no tribunal chegam incompletos e deficientes.

Nardes diz que se criou um “mito” de que o TCU paralisa obras, quando, na verdade, parou apenas duas das 140 construções paralisadas no país, além de investir em auditorias preventivas que geram economia e evitam as paralisações.

O presidente do TCU citou o caso da obra da transposição do Rio São Francisco, que iniciou orçada em R$ 4,2 bilhões, com previsão para ser concluída em 2010, e agora está com orçamento de R$ 8,5 bilhões, para entrega em 2015. “Dobrou-se o valor porque o projeto básico era deficiente e o projeto executivo também, aí os preços aumentam porque não foram bem calculados. Então, não pode culpar o TCU de ter atrasado a transposição do Rio São Francisco porque faltou planejamento no seu início”, explicou.
 
Em relação à Copa do Mundo do ano que vem, Nardes disse que a mobilidade urbana deverá ser um dos principais gargalos nas cidades-sede. Outro problema, segundo ele, serão os aeroportos, porque nem todos estarão concluídos a tempo para o Mundial. “O que nós esperamos é que o governo possa, ainda nos poucos meses que faltam para a Copa, investir o máximo para que nós não tenhamos uma perda em termos de imagem com o setor internacional”.

Nardes também disse que existe receio em relação à rede hoteleira de algumas cidades, como Cuiabá e Manaus. Esta deve receber grandes navios com leitos a bordo para compensar o déficit de hoteis. Como aprendizado da Copa, o ministro disse que o TCU já está preparando um trabalho para que “os erros que estão acontecendo na Copa” não se repitam nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

Edição: Fábio Massalli

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