Paulo Victor Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O sentido sul (São Paulo) da Rodovia Fernão Dias foi liberado para o tráfego de veículos após ficar uma hora e meia bloqueado. A rodovia ficou fechada nos dois sentidos (São Paulo e Belo Horizonte) devido a uma manifestação que resultou em tumulto. O sentido norte (São Paulo) continua interditado.
A manifestação ocorre devido à morte de um adolescente por um policial militar, ocorrida ontem (27) na Vila Medeiros, na Zona Norte de São Paulo. O bloqueio em protesto, que resultou em ônibus e caminhões incendiados, já dura quatro horas.
De acordo com a concessionária Autopista Fernão Dias, o bloqueio ocorre no quilômetro (km) 86, na região do Jaçanã, na zona norte da capital paulista. Os incêndios de caminhões causaram um congestionamento de 10 kms nos dois sentidos. Segundo a concessionária, motoristas seguem pelo acostamento com lentidão.
A Fernão Dias foi bloqueada por volta das 18h30 e, uma hora e meia depois, o sentido sul (São Paulo) foi liberado. Neste sentido, a rodovia chegou a ser bloqueada novamente e, mais uma vez, foi liberada. A Polícia Rodoviária Federal, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar de São Paulo trabalham no local para descongestionar as faixas da rodovia.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o secretário Fernando Grella entrou em contato com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para estabelecer uma ação conjunta com o governo federal para acabar com o congestionamento, pois a rodovia é federal. Desde 2008, no entanto, o trecho onde ocorre o bloqueio, entre Contagem (MG) e Guarulhos (SP), é administrado pela Autopista.
Segundo o Ministério da Justiça, durante a conversa, ficou acertada a atuação das forças de segurança do governo federal, que incluem a Força Nacional, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O acordo diz respeito, principalmente, à atuação da PRF para conter as manifestações nas rodovias federais e pode envolver troca de informações na área de inteligência.
A Secretaria de Segurança Pública informou que não houve pedido formal da presença da Força Nacional. "Em momento algum, o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, pediu ao ministro a atuação da Força Nacional de Segurança naquele local ou em qualquer outro local do estado de São Paulo", disse a secretaria.
Ontem, os moradores também protestaram contra a ação da PM que terminou com a morte do jovem de 17 anos. A polícia foi chamada às 14h para atender a uma ocorrência de perturbação de sossego. No local, havia uma aglomeração e um carro com som alto. De acordo com a PM, ao descer do carro para iniciar a abordagem, um soldado fez um disparo acidental e atingiu o rapaz. A vítima foi levada ao Pronto-Socorro de Jaçanã, mas não resistiu ao ferimento e morreu.
O policial que matou o adolescente foi autuado em flagrante por homicídio culposo, que não tem intenção de matar, e responderá processo criminal. Segundo a Polícia Militar, o motivo da abordagem ainda será esclarecido.
Edição: Fábio Massalli//Matéria alterada para atualização do sexto parágrafo e inclusão do sétimo (nota da Secretaria de Segurança). Segundo o Ministério da Justiça, na conversa entre o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ficou acertada a atuação das forças de segurança do governo federal, que incluem a Força Nacional, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O acordo diz respeito, principalmente, à atuação da PRF para conter as manifestações nas rodovias federais e pode envolver troca de informações na área de inteligência.
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