Linfoma mata cerca de 4 mil pessoas anualmente no Brasil, segundo o Inca

15/09/2013 - 12h47

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Cerca de 4 mil pessoas morrem anualmente em consequência de linfoma no Brasil. Os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam ainda que por ano são registrados 10 mil casos da doença. Nos últimos 20 anos a incidência de linfoma dobrou, mas o desconhecimento sobre esse tipo de câncer pela população preocupa a comunidade médica e especialistas. Por isso, no Dia Internacional de Conscientização de Linfomas, comemorado hoje (15), as campanhas destacam principalmente a importância das pessoas conhecerem os sintomas da doença.

De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Carlos Chiattone, 70% da população não sabe o significado da palavra linfoma. “O linfoma é a sexta principal causa de câncer no Brasil, mas a maioria da população desconhece o linfoma e quais são os sintomas”, disse Chiattone. Ele defendeu que as autoridades invistam mais em campanhas informativas mais frequentes sobre a doença.

Para a presidenta da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Merula Steagall, quanto mais rápido for feito o diagnóstico, maiores são as chances de cura. “Uma pesquisa da Abrale aponta que 32% das pessoas foram diagnosticadas com linfoma no exame de check-up, sem apresentar sinal nenhum. É importante as pessoas fazerem os exames anuais e estar atentas para a saúde”.

O diretor de Especialidades da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Marco Antonio Dias Filho, explicou que o linfoma acomete a todos indistintamente. Mas a desinformação e a falta de acesso ao tratamento são os maiores obstáculos à diminuição do número de mortes. “Apesar de incidir mais em pessoas mais pobres, pela falta de informação e de acesso ao sistema de saúde, essa é uma doença democrática e mata muito rápido. Sem tratamento a maioria dos pacientes morre”, explicou o médico.

Como não existe método preventivo para o linfoma, é importante ficar alerta a alguns sinais como nódulos no pescoço, na região axilar, virilha, febre, suor profundo à noite e perda de peso. Os caroços são indolores e se o paciente detectar esses nódulos por mais duas semanas é bom que ele procure um médico para fazer o diagnóstico precoce”, alertou o patologista.

O índice de incidência da doença dobrou nos últimos anos no país e chega a cerca de 10 mil casos, segundo dados do Inca. De acordo com Dias Filho, somente no centro de referência onde trabalha, em Belo Horizonte, são diagnosticados entre sete e 15 pessoas por semana com algum tipo de linfoma.

Os linfomas são cânceres das células do sistema imunológico e podem se manifestar de diferentes formas em qualquer lugar do corpo em que haja células linfáticas. Eles se dividem em dois grupos: Hodgkin e não Hodgkin. O primeiro tem cura em torno de 90% e o segundo grupo é mais complexo, com mais de 50 subtipos com manifestações clínicas e prognósticos distintos. A biópsia, que é feita pelo patologista, consiste em pequena amostra de tecido. As opções terapêuticas geralmente são quimioterapia, radioterapia e transplante de medula óssea.

As pessoas podem tirar dúvidas e solicitar apoio relacionado à doença pelo telefone 08007739973 da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) ou no site http://www.juntoscontraolinfoma.com.br/. A campanha da Abrale deste ano convoca a população a se informar sobre os sintomas (http://www.youtube.com/watch?v=2OPkzOUaWgA#t=116).

 

Edição: Aécio Amado

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