Eleições primárias na Argentina indicam mapa político dos próximos dois anos

11/08/2013 - 18h53

Monica Yanakiew
Repórter da Agência Brasil/EBC

Buenos Aires – Os argentinos decidem hoje (11) que candidatos disputarão as próximas eleições legislativas – um passo importante para definir o mapa político dos últimos dois anos de governo da presidenta Cristina Kirchner e a sucessão presidencial de 2015.

Desde cedo, 30,5 milhões de eleitores foram às urnas para votar nas primárias dos partidos políticos que, na Argentina, são simultâneas e obrigatórias. A ideia é permitir ao cidadão comum maior participação no processo de escolha de seus representantes. No entanto, a maioria dos partidos e das coligações partidárias apresentou chapa única, com nomes dos candidatos para metade das vagas da Câmara dos Deputados e para um terço do Senado.

As pesquisas de opinião e analistas políticos coincidem em que o governo deve manter a maioria na Câmara dos Deputados. O partido governista Frente pela Vitoria (FPV) tem hoje 135 dos 257 deputados federais (112 próprios e 23 aliados). Apenas a minoria dessas vagas (34 próprias e 13 aliadas) serão renovadas em outubro.

Já no Senado, a vantagem é menor: o governo conta com 40 dos 72 senadores (33 próprios e 7 aliados). Destes, 24 (12 próprios e 3 aliados) vão disputar as eleições legislativas. Mas mesmo que assegure a maioria no Congresso, Cristina Kirchner dificilmente conseguirá os dois terços necessários para mudar a Constituição e disputar um terceiro mandato presidencial, como querem alguns de seus simpatizantes.

A grande disputa nas primárias será entre os candidatos a deputado federal da província de Buenos Aires – que é de longe o maior distrito eleitoral do país e terá peso importante nas eleições presidenciais de 2015. O sistema eleitoral argentino é proporcional e por meio de lista fechada: quem lidera as chapas que forem escolhidas hoje (11) puxa os votos para os demais.

Buenos Aires está entre os dois terços das províncias que não renovarão suas bancadas no Senado este ano. Em compensação, Sergio Massa – que é hoje o presidenciável mais popular, segundo as últimas pesquisas de opinião – encabeça a lista de candidatos a deputado federal do partido oposicionista Frente Renovadora. Massa era aliado de Cristina Kirchner e já pertenceu à FPV, cuja chapa, nas primárias, é liderada por Martin Insaurralde.

Tanto Massa, quanto Insaurralde tem a vitória assegurada nas primárias – até porque nenhum dos dois enfrenta concorrência dentro do próprio partido. Mas o número de votos que cada um obterá vai servir para medir a popularidade do governo e da oposição nas eleições presidenciais de 2015.

Edição: Denise Griesinger
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