Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - Após quase dois meses de impasse político, os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Nicolás Maduro, reafirmaram hoje (22) a continuidade das boas relações e anunciaram que uma comissão de trabalho dos dois governos irá se reunir no dia 2 de agosto, para discutir uma agenda comum de cooperação para a área de segurança, energia, comércio bilateral e do combate ao tráfico de drogas e contrabando.
As relações entre os governos estavam estremecidas desde maio, quando o governador do estado venezuelano de Miranda, Henrique Capriles, visitou a Colômbia. Maduro considerou uma “quebra de confiança” o fato de Santos ter recebido o líder da oposição venezuelana. Capriles não reconheceu a vitória de Maduro nas eleições de abril.
A reunião entre eles ocorreu em Puerto Ayacucho, capital do estado venezuelano Amazonas, na região fronteiriça entre os dois países. No final do encontro, os dois presidentes deram declarações à imprensa, mas não mencionaram o nome de Capriles nem o motivo do estremecimento das relações.
Juan Manuel Santos foi o primeiro a falar e disse que o dia de hoje representou um “relançamento das relações” e que, ainda que existam opiniões divergentes sobre alguns temas, a Colômbia e a Venezuela devem trabalhar juntas.
“Na reunião, nos falamos muito francamente, há aspectos em que não estamos de acordo e temos visões diferentes sobre muitas coisas, mas temos a imensa obrigação e responsabilidade de trabalhar juntos. E é isto o que vamos fazer”, declarou Santos.
Ele explicou que os chanceleres e outros ministros dos dois governos começarão a trabalhar para dar continuidade ao trabalho de integração que já havia sido iniciado por Santos e Chávez, após a retomada das relações em 2010.
Maduro destacou que a intenção é retomar o diálogo em nível presidencial. Após quase três horas de reunião com Santos, ele disse que, a Colômbia e a Venezuela, necessitam uma da outra e devem aprofundar as relações.
O presidente venezuelano também destacou que a Colômbia continuará tendo o apoio de seu governo ao processo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em andamento em Cuba.
A Venezuela é um dos países mediadores da mesa de negociações e é considerada uma importante interlocutora para com a guerrilha. Maduro disse que a Venezuela continuará apoiando o processo.
“Contem conosco para que a paz na Colômbia, chegue e chegue o mais cedo possível. Estamos aqui para construí-la e para que possamos celebrar, juntos, a paz que os colombianos merecem”, acrescentou Maduro.
Edição: Aécio Amado
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