Comércio do centro do Rio protege fachada das lojas temendo depredações durante manifestação de amanhã

10/07/2013 - 20h21

Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Por causa da manifestação marcada para amanhã no centro da capital fluminense, o comércio da região, temendo depredações, começou a proteger as fachadas das lojas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Lojistas do Município do Rio de Janeiro (Sindilojas-RJ), Aldo Gonçalves, dezenas de lojas já estão com tapumes e outras começaram a colocá-los hoje (10). Segundo ele, o comércio da Avenida Rio Branco e das ruas Primeiro de Março, Ouvidor, Assembleia e Sete de Setembro está se precavendo contra as ações de baderneiros.

Gonçalves também informou que o fechamento mais cedo do comércio vai depender do movimento das ruas. "A nossa entidade de classe pede que o lojista fique atento ao movimento das ruas. Dependendo do clima, o comércio deve fechar as portas mais cedo e dispensar os funcionários", disse.

Segundo o presidente do Sindilojas-RJ, os comerciantes do centro do Rio estimam um prejuízo de R$ 150 milhões com a manifestação marcada para amanhã (11) pelas centrais sindicais. "O comércio do Rio fatura diariamente cerca de R$ 690 milhões e somente na região central da cidade o prejuízo será da ordem de R$ 150 milhões. Isso porque muita gente deixa de comprar, devido ao clima de tensão e insegurança da população com medo das depredações".

A manifestação, organizada pelas centrais sindicais, em parceria com movimentos sociais, que marca o Dia Nacional de Luta, tem concentração prevista para as 15h, na Candelária, saindo em passeata pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia. Os manifestantes reivindicam melhorias no sistema de transporte, da educação e saúde; redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário; direitos humanos; e o fim dos leilões de petróleo, entre outros.

De acordo com o presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Ronaldo Leite, foram os sindicatos que organizaram e convocaram outros segmentos, mas como as exigências em pauta atendem a população em geral, vários movimentos sociais foram solidários à causa, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). "Convidamos o MST para participar do ato. Há possibilidade deles fecharem as rodovias próximas aos assentamentos, mas nada foi confirmado ainda", disse Leite.

Os funcionários dos Correios, segundo Ronaldo, fará uma assembleia esta noite para definir como vão participar do Dia Nacional de Luta. "Acredito que os Correios fechem o principal centro de operação, localizado em Benfica [região central da capital fluminense], e que prolonguem a paralisação por 24 horas, mas ainda não temos a confirmação de tais atividades", declarou.

A diretora do Sindicato dos Bancários, Vera Luisa, informou que os bancários que trabalham nas agências do centro do Rio não deverão trabalhar amanhã. "As agências da Avenida Rio Branco e da Praça Pio X, onde se concentram o maior número de bancos, ficarão em greve. Como nossa briga não é contra a população, não queremos prejudicá-la, por isso o autoatendimento e os caixas eletrônicos estarão disponíveis. Estamos apenas sendo solidários à classe trabalhadora", disse.

O transporte público (barcas, metrô, trem e ônibus) vai operar normalmente, segundo os sindicatos e as empresas do segmento. A Secretaria Municipal de Educação informou que as escolas terão aulas regularmente. A Polícia Militar (PM) informou que o patrulhamento será reforçado no centro da cidade, da mesma maneira como ocorreu nas últimas manifestações. Nenhum esquema especial está sendo organizado.

 

Edição: Aécio Amado

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. É necessário apenas dar crédito à Agência Brasil