Chanceler diz a enviado especial da ONU à Síria que Brasil se dispõe a colaborar na busca pela paz na região

19/06/2013 - 8h48

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversou hoje (19), em Oslo, na Noruega, com o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe à Síria, Lakdar Brahimi, sobre a crise que se estende na região há 26 meses. Patriota reiterou a Brahimi a disposição do governo brasileiro em apoiar a busca por uma solução negociada para a Síria com base no Comunicado de Genebra, de 30 de junho de 2012. A ideia é tentar um acordo para a formação de um governo provisório e alterações na Constituição da Síria.

O Comunicado de Genebra foi elaborado no encontro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China) e alguns países vizinhos com a Síria. O documento propõe a formação de um governo sírio provisório com a participação de todas as partes envolvidas no conflito e mudanças na Constituição baseadas no diálogo nacional.

Na conversa com Patriota, Brahimi elogiou os esforços do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, na busca por uma solução para a crise na Síria. Brahimi coordena várias discussões sobre o assunto e ratificou que conta com o apoio do Brasil.

Na semana passada, Patriota conversou com Lavrov, no Rio de Janeiro, e ambos concordaram em ampliar as discussões sobre a crise na Síria em busca de alternativas para o impasse. Patriota defende que a base de quaisquer negociações seja o Comunicado de Genebra.

A crise na Síria foi deflagrada em março de 2011. Integrantes da oposição passaram a pressionar o presidente sírio, Bashar Al Assad, a renunciar e cobram mudanças políticas, econômicas e sociais. Assad resiste em abrir mão do poder. Os confrontos armados se acentuaram nos últimos meses.

Peritos independentes da ONU denunciam violações de direitos humanos no país com registros de assassinatos, torturas, crimes sexuais e prisões indevidas. A estimativa é que mais de 90 mil pessoas morreram em mais de dois anos de conflitos. Eles denunciam ainda o uso de armas químicas contra civis na Síria.
 

 

Edição: Lílian Beraldo

 

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