Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os confrontos entre manifestantes e policiais na Turquia causaram 220 feridos apenas na capital, Ancara, e em Istambul. Duas pessoas morreram - um homem, de 22 anos, baleado na cabeça, na região da cidade de Hatay, e um jovem atropelado por um carro, em Istambul. Há, ainda, o caso de um manifestante baleado na cabeça que está com morte cerebral e o de uma mulher atingida por uma bomba de gás lacrimogêneo, que está em coma.
A informação é da Ordem dos Médicos, o equivalente ao Conselho Federal de Medicina no Brasil. Paralelamente, sindicalistas convocam para hoje (4) greve geral em protesto ao governo, enquanto as autoridades turcas buscam uma solução para acabar com o clima de tensão no país.
Os protestos foram provocados pela retirada de um acampamento pacífico no Parque Gezi, em Istambul. Em seguida, manifestantes intensificaram os protestos por discordar da política do governo e exigem a demissão do atual primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan. As manifestações já afetam o turismo nacional, uma das principais fontes de renda do país, fazendo cair em 30% as reservas nos hotéis.
No último dia 31, começaram os confrontos em Istambul que, depois, estenderam-se por mais cidades. Houve uma trégua entre manifestantes e policiais, que durou apenas algum tempo. As autoridades cortaram a comunicação entre vários bairros de Istambul, o uso de gás lacrimogêneo e de helicópteros.
O presidente da Turquia, Abdullah Gul, convocou para hoje (4) reunião como o vice-primeiro-ministro Bulent Arinc, para discutir a situação. O primeiro-ministro, que é também alvo dos protestos, está em visita oficial ao Magrebe. Segundo Erdogan, os protestos são feitos pela oposição.
Vários sindicatos convocaram para hoje paralisação geral. Segundo os sindicalistas, há um estado de insegurança no país.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Graça Adjuto