Seminário da EBC debate necessidade de digitalização de todas as frequências de rádio

27/05/2013 - 20h46

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A importância da digitalização de todas as frequências de rádio foi discutida hoje (27) durante o seminário Desafios da Digitalização das Rádios Públicas em Ondas Médias, promovido como parte das comemorações dos 55 anos da Rádio Nacional de Brasília. O diretor-geral de Conteúdo e Programação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), jornalista Eduardo Castro, disse que o ideal para o país é digitalizar todas as quatro frequências que temos hoje à disposição: ondas médias, frequência modulada, ondas curtas e ondas tropicais.

“Isto seria o ideal para a EBC porque ainda transmitimos em todas as frequências. Mas eu não falo só em nome do nosso negócio, eu falo em nome do nosso serviço. As frequências, todas sendo digitalizadas, onde o ouvinte estiver pode encontrar todas essas frequências e o nosso serviço vai chegar a mais gente”, disse.

O diretor-presidente da EBC, Nelson Breve, disse que o ideal seria ter aparelhos que pudessem receber todas as tecnologias, tanto no sistema analógico como no digital. Segundo ele, a atuação da empresa pública tem sido muito forte no debate sobre a digitalização do rádio no país, com a participação de três integrantes no Conselho Consultivo do Rádio Digital. “Estamos lutando muito para que a sociedade brasileira tenha uma comunicação pelo rádio mais moderna, mas do interesse dela, e não do interesse comercial ”, declarou.

Breve pediu do Ministério das Comunicações uma decisão no menor prazo possível sobre o modelo de rádio digital a ser adotado no país para que a empresa possa fazer seus investimentos no setor.

A coordenadora-geral de Avaliação de Outorgas do Ministério das Comunicações, Elza Fernandes, disse que o Conselho Consultivo do Rádio Digital deve aprovar em breve novos testes com os padrões DRM (europeu) e HD Radio (norte-americano). Segundo ela, os testes já feitos com o sistema digital mostraram uma qualidade de áudio muito boa, mas a cobertura ainda apresenta algumas restrições.

A representante do governo disse que não existe um prazo para a conclusão dos testes e o início da migração do sistema, e garantiu que a mudança pretende promover a inclusão de todas as rádios “A gente quer que todos os setores da radiodifusão tenham a possibilidade de aproveitar a digitalização. Não é interesse que tenha uma exclusão. Queremos promover a inclusão de todo mundo”, disse.

De acordo com o Ministério das Comunicações, os resultados dos testes feitos com os dois sistemas em emissoras de várias classes e potências em São Paulo, no Rio de Janeiro, emBelo Horizonte e Brasília foi inferior ao esperado e novas simulações estão previstas para este ano.

A digitalização do rádio vai possibilitar uma melhor qualidade de áudio e recursos como a multiprogramação (várias programações em um mesmo canal) e o envio de informações por meio de mensagens de textos que poderão ser lidas em um visor no próprio aparelho. Com a digitalização, o sinal do rádio vai poder ser recebido diretamente em computadores, telefones celulares, tablets e televisores. Ao contrário da digitalização da televisão, não existe a previsão de um desligamento total do sistema de rádio analógico.

Nelson Breve iniciou o seminário pedindo um minuto de silêncio em homenagem à radialista Lana Micol Cirino Fonseca, coordenadora da Rádio Nacional do Alto Solimões, da EBC, que morreu ontem (26), assassinada em Tabatinga, no Amazonas. “A Lana encarnava o espírito da comunicação pública no país e trabalhava em uma emissora que presta um dos mais relevantes serviços públicos de comunicação social, que é o contato de uma emissora da nossa língua em uma região de Tríplice Fronteira”, disse.

 

Edição: Aécio Amado

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