França começa a julgar empresa responsável por próteses de silicone com problemas

17/04/2013 - 13h27

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil


Brasília – A Justiça da França começou hoje (17) o julgamento dos responsáveis pela série de problemas e complicações causados pelos implantes de silicone da marca francesa Poly Implant Prothese (PIP). Nos últimos anos, as próteses de silicone da marca se tornaram o centro de uma crise internacional e levaram vários países a proibi-las e a determinar a revisão das regras para implantes.

O julgamento é um dos maiores da história da França. Um centro de conferências foi alugado, em Marselha, para acomodar os 300 advogados e 5 mil autores de ações contra a empresa. A companhia foi fechada em 2010.

Cinco líderes da PIP serão julgados por fraude e podem ser condenados a até cinco anos de prisão. Entre eles está o fundador da empresa, Jean-Claude Mars, 73 anos. A maioria dos 5 mil queixosos no processo é de nacionalidade francesa.

Entre as queixas está a de que os implantes se rompiam com muita facilidade, o que levou milhares de mulheres em todo o mundo a abrir processos contra a PIP.  A empresa, responsável pelos implantes, é acusada de usar um gel industrial nas próteses de silicone em substituição ao gel médico.

O material foi exportado para vários países, entre eles, o Brasil, e usado por cerca de 300 mil mulheres. Além de problemas com ruptura e inflamação, foi levantada a hipótese de ligação entre o gel e casos de câncer nas usuárias, mas não chegou a haver confirmação.

O balanço mais recente sobre a extensão do escândalo indica que houve mais de 4 mil casos de rupturas e de reações inflamatórias em cerca de 2,7 mil mulheres.

 


*Com informações da BBC Brasil      //          Edição: Lílian Beraldo

 

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